Em meio às especulações sobre a troca no comando da Polícia Federal, o ministro da Justiça, Torquato Jardim, chamou o diretor-geral da PF, Leandro Daiello, para uma reunião no ministério neste sábado (24). O encontro, revelado pelo Estado de S. Paulo, acontece no momento em que a Polícia Federal concluiu o inquérito que investiga o presidente Michel Temer. Na sexta-feira (23), a PF anunciou que a perícia na gravação da conversa entre Temer e o dono da JBS, Joesley Batista não sofreu edição.
O Jornal do Brasil já havia alertado, semana passada, que o vazamento para a imprensa do depoimento de Joesley Batista poderia comprometer a direção da PF. "De acordo com informações dos meios políticos de Brasilia, este novo vazamento pode complicar a situação da diretoria."
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A saída de Daiello da PF é apontada como uma possível manobra para interferir na Operação Lava Jato. Um dos nomes cotados para assumir o cargo é o delegado Rogério Galloro. Segundo interlocutores, sua indicação teria sido feira pelo general Sérgio Etchegoyen, chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República.
>> Polícia Federal conclui que gravação com Temer e Joesley não sofreu edição
Na quinta-feira (22), Torquato se reuniu com sindicalistas e teria afirmado que fazia parte de seus planos trocar o diretor-geral. Na própria entrevista concedida por ocasião de sua posse como ministro, Torquato afirmou que uma eventual troca no comando da PF não significaria um freio à Lava Jato. "A Lava Jato é um programa de Estado, não é coisa de governo, nem do Ministério Público. O Brasil é institucional, não é personalista. Seja quem for, na Operação Lava Jato, na Polícia Federal, no Ministério Público Federal, o programa continuará. Ele não depende de pessoas", completou.
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