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Em Moscou, Temer minimiza a derrota da reforma trabalhista no Senado

O presidente disse ainda que o governo vai ganhar no plenário

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O presidente Michel Temer minimizou a rejeição do parecer da reforma trabalhista nesta terça-feira (20) na Comissão de Assuntos sociais (CAS) do Senado. Temer disse não ter sido surpreendido pela rejeição do relatório do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), que era defendido pela base governista. “Isso é muito natural. Passa por várias comissões, ganha numa perde na outra. O que importa é o plenário”, disse o presidente ao falar com jornalistas durante a viagem que faz à Rússia.

Temer lembrou que durante a tramitação da proposta na Câmara ocorreu algo similar. “Vocês se recordam que, no caso da Câmara dos Deputados, também houve um primeiro momento em que a urgência não chegou a ser votada ou aprovada. E que depois foi a plenário e ganhamos com muita facilidade”, disse o presidente. “Agora [no Senado] vai ser votada no plenário, e o plenário vai decidir. Lá o governo vai ganhar. A estratégia é maioria simples e vai ganhar”, acrescentou.

Com a rejeição do relatório do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) pelo placar de 10 a 9, o voto em separado apresentado por Paulo Paim (PT-RS) segue agora para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde o relator é o senador Romero Jucá (PMDB-RR).

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Ainda em Moscou, nesta terça, Michel Temer afirmou que seu governo é "semi-parlamentarista", mesmo que o Brasil seja um país presidencialista. 

"A importância do poder Legislativo se reflete na composição que eu fiz do poder Executivo. Cerca de 90% dos ministros que estão me ajudando a governar vieram do poder Legislativo, são deputados e senadores", afirmou o presidente, mencionando o ministro do Meio Ambiente, José Sarney Filho, que estava à mesa ao lado de ministros, deputados e senadores membros da delegação brasileira.

Logo em seguida, Temer ressaltou a ampla base de apoio que garante ter no Parlamento. "Não sei se é bom ou se é ruim, mas temos 28 partidos no parlamento brasileiro. Temos alguns de oposição, mas a grande maioria apoiando o governo brasileiro", disse.

O presidente brasileiro está em Moscou na primeira etapa de sua turnê pela Europa, que ainda inclui uma viagem a Oslo, na Noruega. No primeiro compromisso de sua visita à Rússia, Temer fez elogios ao papel do Congresso em sua administração, enquanto os parlamentares esperam analisar uma denúncia contra o peemedebista na Lava Jato. 

A Procuradoria-Geral da República (PGR) deve apresentar nos próximos dias a acusação formal contra Temer em decorrência da delação dos executivos da JBS.

Na quarta-feira (21), o presidente brasileiro tem encontro previsto com o presidente russo, Vladimir Putin, com o premiê e ex-presidente Dmitri Medvedev e com a presidente do Conselho da Federação (Senado), Valentina Matvienko

*com Agência Brasil