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Nicolao Dino rebate Gilmar Mendes: "desserviço à República"

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Candidato a suceder em setembro o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o vice-procurador eleitoral Nicolao Dino rebateu a declaração do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de que a Lava Jato "se expandiu demais, além do limite".

Segundo Dino, que participou nesta segunda-feira (19), no Rio de Janeiro, de um seminário com os demais candidatos ao cargo de chefe do Ministério Público Federal (MPF), a declaração de Gilmar Mendes, que é também presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), "é um desserviço à República".

"O trabalho da Lava Jato tem que continuar. A minha linha de atuação será no sentido de expandir [a Lava Jato] se houver a necessidade de expansão", afirmou Dino, em relação ao seu trabalho na PGR, caso seja indicado pelo presidente Michel Temer, acrescentando que o discurso de Gilmar Mendes, na manhã desta segunda-feira (19), em Pernambuco, "não condiz com a verdade".

No início do mês, durante o julgamento de cassação da chapa Dilma-Temer, no TSE, Gilmar e Dino trocaram acusações e a sessão precisou ser suspensa. O vice-procurador eleitoral havia pedido o impedimento do ministro Admar Gonzaga, do TSE, por este já ter advogado pela a ex-presidente Dilma Rousseff. 

Na sequência, Gilmar subiu o tom e reagiu ao pedido: "O Ministério Público Eleitoral não pode surpreender o tribunal, precisa assumir seu papel e respeitar o tribunal. Não pode coagir e fazer o jogo da mídia".

"Nunca faltei com a consideração ao tribunal", respondeu Dino.

"E é bom que seja assim, é preciso muita cautela com esse tipo de coisa", rebateu Gilmar Mendes, que recebeu o apoio dos demais magistrados.

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