Matéria publicada nesta terça-feira (23) pelo jornal alemão Die Zeit repercute o discurso de Michel temer após revelações de áudios entre ele e um dos donos da holding JBS, onde supostamente ele estaria endossando pagamento do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha.
A reportagem descreve que por cerca de dez minutos, diante das câmeras de TV Michel Temer tentou negar o inegável.
Não, ele não tem nada a ver com a série de escândalos de corrupção dos últimos meses e anos. Ele também não obstruiu nenhuma investigação anticorrupção. Ele, de maneira nenhuma, mandou enviar dinheiro para o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, ironiza o diário alemão.
No entanto, na semana passada, veio à tona um áudio de Temer, aparentemente gravado em segredo em março, que mostra que o caso foi um tanto diferente. O presidente conversa com um executivo da JBS, e o empresário fala a Temer sobre atividades ilegais. Ele diz, por exemplo, que suborna juízes e paga uma generosa quantia mensal para Cunha. O presidente não diz nada, finge que é tudo normal e ainda incentiva o bilionário, aponta o Die Zeit.
O noticiário destaca que a hipocrisia da história do "combate à corrupção" que o levou ao poder há um ano, sendo que Dilma Rousseff, que pode até saber tudo que se passou, não tem acusações contra ela envolvendo qualquer enriquecimento pessoal. [
Die Zeit chama o presidente brasileiro de de 'vampiro' por conta de sua postura severa e de inspiração gótica.
A equipe de Sérgio Moro, que é visto como um deus por muitos brasileiros, não têm uma solução para o país: é verdade que, se continuarem, metade de Brasília vai presa, mas uma reforma política não parece estar próxima, finaliza o Zeit.