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CPI para investigar irregularidades da JBS tramita no Senado

A comissão inclui investigações de operações financeiras da empresa com o BNDES

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O presidente do Senado, Eunício Oliveira, leu requerimento, na tarde desta quinta-feira (25), que pede a instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar irregularidades envolvendo a empresa JBS e sua holding J&F, incluindo as operações financeiras com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). 

A próxima etapa é a conferência das assinaturas, e se for confirmado o apoio de 27 senadores e 171 deputados, a comissão será definitivamente instalada.

Segundo o autor do pedido, senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), o requerimento tem assinaturas de 32 senadores e pelo menos 200 de deputados. Ele explicou que o objeto da investigação é verificar fraudes e irregularidades em aportes concedidos pelo BNDES e por sua subsidiária, a BNDES Participações, à JBS a partir de 2007. Os aportes estão sob investigação da Polícia Federal, que deflagrou, em maio de 2017, a Operação Bullish.

Também será averiguada a compra e venda de participação na empresa pela BNDESPar, que detém relevante parte do capital social da JBS. A CPMI deverá analisar ainda os termos e condições e a fiscalização das delações e colaborações premiadas firmadas com o Ministério Público e homologadas pelo Supremo Tribunal Federal. 

Ataídes quer entender melhor por que os acordos que beneficiaram os irmãos Joesley e Wesley Batista têm multas de baixo valor, sem pena de prisão e monitoramento eletrônico, com permissão inclusive para fazerem viagens ao exterior.

Outros pontos como os ganhos expressivos que os colaboradores obtiveram com a divulgação do acordo, ao fazer investimentos no mercado de capitais dias antes, inclusive maiores do que a multa proposta a ser paga; a existência de um cartel no mercado de proteínas animais, gerando prejuízos aos produtores rurais em decorrência desse monopólio; e a existência de irregularidades fiscais perante os governos estaduais e federal, num débito com a Previdência estimado em quase R$ 2 bilhões, também serão objeto de investigação.