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Michel Temer pede arquivamento de investigação no STF

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Investigado por corrupção, obstrução de justiça e formação de organização criminosa, o presidente Michel Temer afirmou, em pronunciamento na tarde deste sábado (20), que pedirá ao Supremo Tribunal Federal (STF) o arquivamento do inquérito que tem como uma das provas a gravação com o dono da empresa JBS, Joesley Batista. Segundo Temer, a gravação foi "manipulada e adulterada com objetivos nitidamente subterrâneos".

"Estamos entrando com petição para suspender o inquérito proposto até que seja verificada em definitivo a autenticidade da declaração clandestina. O autor do grampo está livre e solto, passeando pelas ruas de Nova York. O Brasil vive agora dias de incerteza, ele não passou nenhum dia na cadeia, não foi preso, não foi julgado, não foi punido e pelo jeito não será, cometeu o crime perfeito e, graças a essa gravação fraudulenta, especulou contra a moeda nacional", disse Temer, em referência à ida de Joesley para os Estados Unidos às vésperas da divulgação da gravação e também à compra de dólares feita pela empresa, pouco antes da alta do moeda norte-americana em decorrência da gravação.

Na última quinta-feira (18), após o vazamento da delação do dono do grupo JBS, Temer fez um breve pronunciamento afirmando que não vai renunciar ao mandato, apesar da pressão popular e de bancadas partidárias do Congresso Nacional.

Michel Temer foi gravado por Joesley Batista em março deste ano, em uma conversa fora da agenda oficial do Palácio do Planalto, dando aval para que se mantivesse uma mesada para que o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB) se mantivesse calado na prisão, em Curitiba. Temer nega a versão do empresário da JBS, que anexou os documentos à delação premiada firmada com o Ministério Público Federal (MPF), e sustenta que houve edição do áudio, embora a PGR não tenha se pronunciado após o pedido de abertura de investigação contra o chefe do Poder Executivo.

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O presidente também disse que há muitas contradições no depoimento de Joesley Batista, como a informação de que Temer teria dado aval para comprar o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha, que está preso em Curitiba. “Não existe isso na gravação, mesmo tendo sido ela adulterada. E não existe porque nunca comprei o silêncio de ninguém. Não obstruí a Justiça e não fiz nada contra a ação do Judiciário”

Ele enfatizou ainda que não acreditou na narrativa do empresário de que ele teria comprado juízes e um procurador. “Ele é um conhecido falastrão exagerado. Aliás, depois, em depoimento, disse que havia inventado essa história, que não era verdadeira. Ou seja, foi uma fanfarronice”

O presidente justificou que, na conversa com o empresário, simplesmente ouviu suas dificuldades, sem fazer nada para que ele obtivesse benesses do governo. “Não há crime em ouvir reclamações e me livrar do interlocutor indicando outra pessoa para ouvir as suas lamúrias”. Ele explicou que ouviu Joesley Batista à noite assim como ouve muitos empresários, políticos e até a imprensa em horários alternativos.

Com Agência Brasil