ASSINE
search button

'The Economist': As vítimas de Fachin

Revista britânica compara delação da Odebrecht com super lançamento do Netflix

Compartilhar

A publicação britânica The Economist traz em sua edição impressa semanal que chega ás bancas nesta sexta-feira (21) uma matéria intitulada "As vítimas de Fachin", onde compara a delação da Odebrecht com a "força de um lançamento do Netflix".

A reportagem de duas páginas cita especificamente os casos de Michel Temer, Aécio Neves e Guido Mantega e diz que o presidente está se esforçando para projetar um ar de normalidade, mesmo em meio ao vendaval de escândalos e delações da Lava Jato, tentando aprovar medidas impopulares, seguir a agenda e ignorar o que The Economist chamou de "flagelação da classe política". 

O texto lembra que no dia 12 de abril, Edson Fachin, juiz da Suprema Corte que supervisiona a investigação sobre o esquema de corrupção na Petrobras, autorizou promotores a investigar ministros, senadores, deputados e governadores. Ele enviou dezenas de casos para tribunais inferiores.

O noticiário afirma que todos os grandes partidos políticos e a maioria dos principais candidatos à eleição presidencial do próximo ano foram manchados pela lista de Fachin.

The Economist ressalta que Temer tem sorte que os eleitores estejam com uma postura mais cínica do que incendiária e avalia que não existem planos de que se repitam os grandes protestos anticorrupção que ajudaram a retirar Dilma Rousseff de seu cargo no ano passado. 

O testemunho divulgado por Fachin e analisado por jornalistas brasileiros revela quanto dinheiro os políticos alegadamente receberam, para enriquecer-se, e a seus partidos, descreve a revista. Guido Mantega, ex-ministro das Finanças do Partido dos Trabalhadores (PT) de Rousseff, recebeu 93 milhões de reais (US $ 30 milhões). Aecio Neves, senador (e candidato presidencial) do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), parte da coalizão de Temer, recebeu 65,5 milhões de reais. Todos negam as acusações, informa The Economist. 

Testemunhas da Odebrecht afirmam que o próprio Temer esteve presente em reuniões onde foram discutidas campanhas ilegais, o que nega. Ele é imune a acusações por qualquer crime que pode ter cometido antes de se tornar presidente, explica The Economist.

"O Congresso, também, está tentando conduzir uma política como de costume. A maioria dos membros da coalizão centrista de Temer, incluindo seu Partido Democrático Brasileiro (PMDB), vê reformas de fortalecimento econômico como forma de recuperar a credibilidade dos eleitores", conclui a publicação britânica. 

> > The Economist 

Leia também

> > 'Financial Times': Rivais temem retorno de Lula

> > 'CNBC': "Nossa economia está se recuperando e mercados emergentes também", disse Henrique Meirelles 

> > 'Washington Post': Dilma teme ascensão de um Trump brasileiro