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Justiça dos EUA condena Odebrecht a pagar US$ 2,6 bi em caso de corrupção

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A construtora Odebrecht, envolvida em grandes esquemas de corrupção no Brasil, foi condenada nesta segunda-feira (17) pela justiça dos Estados Unidos a pagar US$ 2,6 bilhões (cerca de R$ 8 bilhões) em multas em um caso criminal de corrupção para autoridades brasileiras, norte-americanas e suíças. 

O juiz distrital Raymond Dearie determinou em audiência na corte federal do Brooklyn, em Nova York, que cerca de US$ 93 milhões (R$288,7 milhões) serão destinados aos EUA, US$ 2,39 bilhões (R$7,42 bilhões) ao Brasil e US$ 116 milhões (R$ 360,1 milhões) à Suíça.

Segundo o jornal espanhol “El País”, essa é a pena mais alta da história dos EUA para um caso estrangeiro de suborno.

As autoridades norte-americanas acusaram a Odebrecht de pagar cerca de US $ 788 milhões em subornos para obter contratos lucrativos a funcionários de 12 países, principalmente na América Latina. A construtora, juntamente com a petroquímica afiliada Braskem SA, declarou-se culpada de acusações de suborno nos EUA em dezembro. 

Os acordos com os EUA foram assinados porque parte do dinheiro da propina foi destinada a bancos norte-americanos e a projetos da empreiteira no país. Já na Suíça, grande parte das propinas pagas no esquema de corrupção foram transferidas e movimentadas em bancos do país.

Ao mesmo tempo, a Odebrecht tenta negociar acordos com outros países, como Argentina, Chile, Colômbia, Equador, México, Peru, República Dominicana, Venezuela, Panamá e Portugal. O acordo com cada país deve ser assinado separadamente para que tenha efeito jurídico, segundo a regra da leniência, que é a negociação que beneficia a pessoa jurídica.

O Ministério Público (MP) brasileiro informou que a Odebrecht e a Braskem assinaram acordos de leniência com a Suíça e com os EUA, e se comprometeram a pagar cerca de R$ 6,9 bilhões aos três países. O MP afirma ainda que esses acordos permitem a preservação das empresas e a continuidade de suas atividades.