Matéria publicada nesta quarta-feira (12) pelo Financial Times conta que a Suprema Corte do Brasil ordenou investigações sobre a suposta corrupção de 74 políticos, incluindo oito ministros do governo do presidente Michel Temer e os líderes de ambas as câmaras do Congresso.
Segundo a reportagem as investigações, que recairão sobre mais de 60 congressistas, três governadores estaduais e quatro ex-presidentes, ameaçam desestabilizar o governo de Temer, justamente neste momento em que se encaminhava para um dos programas de reforma mais difíceis do país em décadas.
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"Este episódio veio em uma conjuntura muito importante para o governo Temer - exatamente quando ele está tentando (desesperadamente) aprovar reformas importantes no Congresso - reforma da segurança social, reforma da legislação trabalhista e uma reforma fiscal" tímida ", além da reforma política," disse David Fleischer, cientista político da Universidade de Brasília, em nota.
Times afirma que as investigações se referem a alegações de que a Odebrecht teria pago políticos em troca de contratos governamentais e mudanças legislativas favoráveis. A negociata foi descrita pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos como um "incomparável esquema de suborno e fraude".
O caso da Odebrecht faz parte de uma investigação mais ampla sobre corrupção, conhecida como Lava Jato, explica o diário financeiro. Apesar de já terem reunido depoimentos da Odebrecht, os promotores tiveram que esperar pela permissão da Suprema Corte para iniciar investigações específicas sobre as alegações contra os políticos. No Brasil, apenas a Suprema Corte tem autoridade para autorizar investigações a políticos, incluindo congressistas e ministros.