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Professores da rede estadual entram em greve em São Paulo

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Os professores das escolas estaduais de São Paulo entraram em greve nesta terça-feira (28), conforme decisão da assembleia realizada no último dia 15. Os servidores pedem reajuste salarial e se manifestam contra a Reforma da Previdência. Os números de adesão à greve e de escolas paralisadas não foram divulgados nem pelo governo paulista, nem pelo sindicato da categoria.

“É preciso lutar para preservarmos nosso direito à aposentadoria e, também, para recuperarmos parte do poder de compra de nossos salários, para que possamos buscar a valorização da nossa profissão e a melhoria da escola pública estadual”, disse, em nota, a presidenta do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Maria Izabel Azevedo Noronha.

Segundo ela, a categoria está há quase três anos sem reajuste salarial. Izabel defende a aplicação da meta 17 do Plano Estadual de Educação, que prevê a equiparação dos salários dos docentes à média dos demais profissionais com formação equivalente. A dirigente acrescenta que, como já ocorreu em momentos anteriores, o governo do estado acena com uma recuperação salarial condicionada à retomada do desenvolvimento.

“Ora, o Brasil passou recentemente por fases de elevado crescimento econômico, sem que esse crescimento tivesse se refletido em nossos salários, nas condições de trabalho e em efetivo investimento na qualidade da educação no estado de São Paulo”.

A Secretaria Estadual da Educação disse, em nota, que “mantém uma mesa de negociação aberta com os sindicatos da categoria, com interlocução direta do secretário José Renato Nalini". "A pasta acredita no compromisso dos professores com os estudantes e com a educação e para manter o atendimento dos alunos, a secretaria da Educação orientou as Diretorias de Ensino a convocarem professores eventuais para cumprirem jornada”. Segundo a secretaria, caso haja conteúdo perdido pelos alunos, haverá reposição.

“A pasta pagará a professores e servidores o bônus por mérito no valor de R$ 290 milhões. Sendo que, no último dia 7, já foi pago o salário com acréscimo de 10% a mais de 18 mil professores de educação básica I”, acrescentou a secretaria. São 240 mil professores na rede estadual, segundo dados da Apeoesp.

A política de bônus prevê o pagamento de valores extras aos profissionais de educação a partir do bom resultado das escolas nas avaliações de desempenho que são aplicadas pelo governo. Para Izabel, o mecanismo não resolve a questão salarial porque o valor não é incorporado ao vencimento e à aposentadoria dos servidores. “Nossa luta é por uma política salarial justa para professores da ativa e aposentados e não essa falida prática de pagamento de bônus”.