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Manifestantes vão às ruas em defesa da Operação Lava Jato; veja

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Manifestantes foram às ruas de várias cidades neste domingo (26) em apoio à Operação Lava Jato e contra a corrupção. Em muitas capitais, os manifestantes também protestaram contra a lista fechada, modelo de sistema eleitoral que está em discussão no Congresso Nacional. De acordo com os organizadores, os movimentos Vem Pra Rua e Brasil Livre, foram programados atos em 130 cidades.

Belo Horizonte

Na capital mineira, a manifestação ocorreu na Praça da Liberdade. A mobilização foi realizada pelos grupos Vem Pra Rua, Movimento Brasil Livre (MBL) e Patriotas, que lideraram os atos a favor do impeachment de Dilma Rousseff no ano passado.

Os manifestantes contaram com um palco e dois carros de som para fazer seus discursos. Os organizadores calcularam em 4 mil participantes. A Polícia Militar não fez estimativa de público. 

Uma das bandeiras apresentadas no ato foi o fim do foro privilegiado. Segundo Silas Valadão, líder dos Patriotas, seria uma forma de impedir seletividade dos processos no Supremo Tribunal Federal (STF), retirando prerrogativa dos deputados, senadores, ministros e presidente da República de serem julgados unicamente pela Corte. 

Os manifestantes também protestaram contra a lista fechada nas eleições, a anistia ao caixa 2 e o aumento dos recursos do fundo partidário. Segundo a médica Kátia Pegos, líder do Vem Pra Rua, os parlamentares estão se movimentando para se blindar da Operação Lava Jato. "Eles querem manter o foro privilegiado e agora estão se articulando para aprovar o voto em lista, o que seria um grande retrocesso em um país que já saiu às ruas para pedir Diretas Já. Você vota no partido e o partido coloca os caciques de sempre, muitos dos que estão sendo investigados".

Sobre a reforma da Previdência, os grupos ainda não têm posição fechada. Para o Vem pra Rua, reformas são necessárias, mas não devem ser feitas sem participação popular. "Não dá para manter benefícios para os políticos, o Judiciário, os militares. A regra tem que valer para todos. E também achamos pesado 49 anos de contribuição para alcançar a aposentadoria integral. É o que posso te adiantar, mas ainda não temos uma posição fechada e estamos estudando", diz Kátia Pegos. 

Por outro lado, Silas Valadão vê avanços na proposta que tramita no Congresso. "Estão pegando pontos mais frágeis e mais discutíveis para demonizá-la e ignoram os pontos positivos que deixarão a Previdência mais enxuta. Hoje, o cidadão fica fazendo plano de previdência privada porque sua aposentadoria não dá para nada", disse, acrescentando que defende o projeto de terceirização aprovado na Câmara

O governador Fernando Pimentel também foi alvo da manifestação. "Nós esperávamos que o judiciário fosse mais célere para nos poupar desse governo. Estamos incomodados com a cooperação institucional para sua manutenção no poder", diz Kátia Pegos. 

Pimentel foi denunciado em maio pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por corrupção e lavagem de dinheiro, no âmbito da Operação Acrônimo. No entanto, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que a abertura de uma ação penal contra o governador dependeriada  autorização de dois terços dos deputados estaduais da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). O assunto será analisado pelo STF em abril.

Recife

No Recife, os manifestantes se concentraram na Avenida Boa Viagem, na zona sul da cidade, por volta das 10h. Usando roupas verde e amarela, os manifestantes levavam faixas em apoio à Operação Lava Jato e ao juiz Sérgio Moro, que conduz as investigações na Justiça Federal. Organizada pelo Movimento Vem Pra Rua, a manifestação seguiu pela orla até o 2° Jardim, onde se dispersou por volta das 12h30. Os organizadores e a polícia não divulgaram número de participantes.

Brasília

Na capital federal, os manifestantes reuniram-se na Esplanada dos Ministérios. Uma das principais pautas de reivindicação foi contra a lista fechada, que vem sendo defendida por vários políticos. O juiz federal Sérgio Moro e o coordenador da força-tarefa da Lava Jato no MP, Deltan Dallagnol, foram lembrados. A manifestação começou às 10h e terminou ao meio-dia, com um enterro simbólico do que chamaram de “velha política”. As lápides foram levadas para a frente do espelho d'água do Congresso Nacional. Em cada uma, havia a foto de um político.  De acordo com a Polícia Militar, 630 pessoas participaram do ato. 

Rio de Janeiro

Em apoio à Operação Lava Jato da Polícia Federal e contra o fim do foro privilegiado e da impunidade, os manifestantes percorreram a orla de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro. A advogada Adriana Balthazar, porta-voz do Vem Pra Rua no estado do Rio de Janeiro, disse que o grupo também é contrário ao voto em lista fechada e o aumento do fundo partidário “que são as coisas que impediriam a renovação. O foro privilegiado manteria essa turma que está aí [no Congresso Nacional]”, disse.