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Ministro do TCU e ex-chefe da PF negam atos ilícitos do ex-presidente Lula

Testemunhas de defesa foram ouvidas por Sérgio Moro em processo da Lava Jato

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Em depoimento ao juiz federal Sérgio Moro, nesta quarta-feira (15), o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), José Múcio Monteiro Filho, ex-líder do governo na Câmara dos Deputados e ex-ministro do ex-presidente Lula, disse que nunca recebeu orientação para que utilizasse recursos ilícitos para aprovar projetos do governo ou ampliar a base parlamentar no Congresso.

Segundo Múcio, que foi arrolado como testemunha de defesa no processo que investiga pagamento de propina pela empreiteira OAS a Lula, a aprovação popular do ex-presidente favoreceu o apoio ao governo na Câmara e no Senado.

"Isso chama a base, porque o deputado está sempre vinculado, ou 'linkado', com a sua base política. O fato de o presidente Lula ter uma aprovação muito grande na base fazia com que, gradativamente, sua base [parlamentar] aumentasse também", declarou o ministro do TCU.

Quem também prestou depoimento a Moro foi o ex-diretor-geral da Polícia Federal e chefe da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) durante o governo Lula, Paulo Lacerda. Em videoconferência com Brasília, Lacerda disse que nunca tomou conhecimento de prática de corrupção na Petrobras e a respeito de recursos desviados em três contratos da OAS com a estatal.

Lacerda mencionou que, se a PF ou Abin tivessem constatado qualquer sinal de macrocorrupção na Petrobras, teriam produzido um relatório de inteligência que seria enviado para o GSI, então chefiado pelo General Jorge Armando Félix, que despachava com o presidente. Inquirido pelo juiz sobre seu período, concomitante às investigações do chamado “mensalão”, Lacerda disse ter designado uma equipe, que ficou à frente dos trabalhos, fazendo diligências, com total autonomia.

Também prestaram depoimentos o ex-Secretário Nacional de Segurança Pública e ex-diretor da PF Luiz Fernando Correa; o servidor Claudio Soares Rocha, ex-diretor de Documentação histórica nos governos Lula e Dilma, arrolado também como testemunha de defesa do presidente do Instituto Lula Paulo Okamoto; e o ex-ministro do Turismo e da Articulação Política Walfrido dos Mares Guia Neto. Todos negaram ilegalidades nos governos Lula.