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Temer nega participação em caso de pedido de propina para sua campanha

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O presidente Michel Temer afirmou, em nota divulgada pelo Palácio do Planalto nesta sexta-feira (24), que pediu "auxílio formal e oficial" à Odebrecht, mas que não autorizou "nem solicitou que nada fosse feito sem amparo nas regras da Lei Eleitoral".

"A Odebrecht doou R$ 11,3 milhões ao PMDB em 2014. Tudo declarado na prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral. É essa a única e exclusiva participação do presidente no episódio", afirmou em nota, após as declarações de seu ex-assessor especial e amigo de décadas José Yunes.

Em depoimento ao Ministério Público, Yunes disse ter recebido do doleiro Lúcio Funaro, amigo do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB), um envelope com dinheiro por solicitação do ministro-chefe da Casa Civil Eliseu Padilha durante a campanha presidencial de 2014. Nesta sexta-feira (24), horas depois da divulgação das declarações de Yunes, Padilha pediu licença médica sob autorização de Temer.

Yunes afirma que foi "mula involuntária" de Eliseu Padilha

Em depoimento prestado semana passada a procuradores, em Brasília, o ex-assessor do presidente Michel Temer, José Yunes, afirmou que recebeu um "pacote" em 2014, em seu escritório em São Paulo, entregue pelo operador Lucio Funaro, a pedido do ministro da Casa Civil Eliseu Padilha. Yunes, que pediu demissão em dezembro, disse ter sido uma "mula involuntária" de Padliha.

O ex-diretor da Odebrecht Claudio Melo Filho afirmou, em delação premiada cujo teor veio à tona em dezembro de 2016, que participou de um jantar no Palácio do Jaburu com Marcelo Odebrecht, Temer e Padilha. Na ocasião, contou Melo Filho, Temer pediu apoio financeiro para o PMDB na campanha eleitoral de 2014.

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Ainda de acordo com a delação, o empreiteiro afirmou que pagaria R$ 10 milhões, sendo que R$ 4 milhões ficariam sob responsabilidade de Padilha. Um dos pagamentos teria sido feito na sede do escritório de advocacia de Yunes, no Jardim Europa, em São Paulo.

Em seu depoimento, Yunes afirmou que, durante a campanha eleitoral, recebeu um telefonema de Padilha pedindo que ele recebesse em seu escritório alguns "documentos", que depois seriam retirados de lá por um emissário.

Lucio Funaro teria então aparecido no escritório afirmando que estava trazendo um pacote. Yunes afirma que desconhece o conteúdo do pacote.