O ministro das Cidades, Bruno Araújo, recebeu nesta quarta-feira (22), pela primeira vez, representantes de movimentos sociais e entidades sindicais do campo e da cidade. No encontro, as entidades reivindicaram a volta das contratações de casas do programa Minha Casa Minha Vida e o ministro ressaltou a ampliação do número de unidades do programa para as famílias com menor renda.
Segundo Araújo, das 100 mil unidades residenciais destinadas para a faixa 1 do programa, 70 mil serão direcionadas às entidades sociais. “Um Estado que se programa para entregar 100 mil unidades e separa 70 mil [para as entidades] demonstra o grau de importância e a compreensão dessas entidades no contexto do programa”, disse.
“É um número recorde de contratações na modalidade entidades. Dobramos o valor pra 35 mil contratações, enquanto, em 2014, foram pouco mais de 18 mil” acrescentou o ministro. Segundo o Ministério das Cidades, as unidades habitacionais estão previstas para serem entregues no prazo de dois anos, seguindo o cronograma do fluxo das obras. Na reunião, Bruno Araújo disse que até o final de março serão publicadas portarias com as novas regras do programa.
Apesar de reconhecer o avanço no diálogo com o governo, o coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, cobrou mais clareza em relação às regras do programa Minha Casa Minha Vida voltado para as famílias de baixa renda.
“Receber e ouvir os movimentos é um passo importante. Agora, não se avançou em relação àquilo que já havia sido colocado. O ministério tinha soltado uma nota falando das contratações a partir de março e hoje não se especificou o número que será contratado, quais os critérios para a contratação, a resolução que define, tudo isso não saiu. Então, ainda tem muita coisa incerta e vaga. É preciso ter as coisas mais concretas”, disse.
Para Boulos, o encontro de hoje não foi suficiente para encerrar a manifestação liderada pelo MTST há oito dias na Avenida Paulista, em frente ao escritório da Presidência da República, em São Paulo. “Essa reunião, evidentemente, é uma sinalização, mas as coisas precisam ser mais concretas. Só com essa sinalização não encerra o movimento. É preciso ter uma definição mais clara de quantas [unidades] serão contratadas [na faixa 1 do programa] e ter uma garantia disso”.
O ministro Bruno Araújo afirmou que o governo tem uma “relação permanente” com as entidades e que se foram identificadas necessidades de ajustes no programa, eles serão feitos. “Ao longo do ano, se for preciso, faremos ajustes necessários em consonância com a equipe da Secretaria Nacional de Habitação e demais representantes do governo e da sociedade civil, para aprimorar resultados e tornar o programa ainda mais eficiente", prometeu ele.