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'The Guardian': Morte de Teori interessa a políticos e autoridades

Jornal britânico aponta teorias de conspiração e sabotagem 

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O jornal britânico The Guardian traz em sua edução desta quarta-feira (25) uma matéria onde fala que o acidente de avião que matou o juiz Teori Zavascki, relator do maior escândalo de corrupção do Brasil não foi causado por problemas mecânicos, de acordo com uma análise preliminar de gravações de vôo que vai alimentar a intensa especulação sobre a causa do incidente.

Guardian afirma que as comunicações do piloto sugeriram que não havia sensação de pânico dentro da cabine do piloto antes que o pequeno propulsor de turbo mergulhasse no mar de Paraty na quinta-feira passada, matando as cinco pessoas a bordo.

O diário acrescenta que a mais proeminente das vítimas foi Teori Zavascki, que supervisionava a Operação Lava Jato, uma investigação politicamente explosiva de suborno e ligações corruptas entre políticos seniores e as maiores corporações do Brasil, notadamente a Petrobras e a construtora Odebrecht.

> > The Guardian No mechanical issues in plane crash that killed judge in Brazil corruption scandal

Guardian destaca que Zavascki tinha acabado de voltar de férias e estava prestes a decidir sobre a elegibilidade dos depoimentos de delação feita por 77 executivos da Odebrecht, susceptíveis de implicar muitas das figuras mais poderosas no Brasil e seus vizinhos latino-americanos.

As autoridades da aviação estão examinando a causa do que é, no mínimo, um acidente politicamente sensível. De acordo com um estudo inicial do Centro de Pesquisa e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, as gravações antes do incidente sugerem que não houve mau funcionamento do equipamento. Na gravação, ele disse a outros pilotos na área iriam esperar para a chuva para diminuir antes de tentar pousar. Não houve sinal de pedido de socorro antes da gravação parar abruptamente.

O que aconteceu de fato é a chave para a investigação

Jornais sugeriram que o horizonte cinzento pode ter levado o piloto a confundir a posição e a altitude do avião para que ele atingisse a água. Nas mídias sociais, no entanto, as teorias têm apontado em uma direção mais conspiratória, com muitos sugerindo sabotagem.

O juiz tinha muitos inimigos influentes. Seu filho, Francisco Zavascki, disse em uma entrevista na TV no domingo que os membros da família estavam constantemente preocupados com ameaças.

Na semana passada, a Corte Interamericana de Direitos Humanos instou o Brasil a realizar uma "investigação especialmente cuidadosa e oportuna" devido à posição de Zavascki.

Antes de chegar a uma conclusão, a polícia e funcionários da aviação também precisarão estudar os destroços, os resultados de autópsias e declarações de testemunhas, incluindo um pescador que disse aos jornalistas que viu fumaça vindo das asas do avião antes de cair.

Há também a questão do empresário que estava com o juiz ser sócio de um financista que está sendo investigado por promotores da Lava Jato. Carlos Alberto Fernandes Filgueiras, que também morreu no acidente, foi sócio do BTG Pactual, um banco cujo ex-presidente André Esteves está entre os presos, embora já tenha sido solto, lembra The Guardian.