ASSINE
search button

Em áudio, piloto fala da chuva mas não relata problemas no avião em que estava Teori Zavascki

Gravação mostra que ele iria esperar mau tempo passar para pousar

Compartilhar

O piloto do avião que caiu com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, Osmar Rodrigues, fez comentários sobre a chuva e afirmou que iria esperar a chuva passar para pousar, de acordo com técnicos que tiveram acesso ao áudio do gravador de voz. Em seguida, a gravação é interrompida.

O gravador de voz do avião está em Brasília desde sábado (21), onde peritos da Aeronáutica fazem a análise. Não teria havido relatos de problemas na aeronave antes da queda em Paraty.

De acordo com a Aeronáutica, a análise preliminar da caixa-preta do avião não apontou "qualquer anormalidade" nos sistemas da aeronave. Além da voz do piloto, o gravador captou também outros sons, como acionamentos de equipamentos do avião.

Técnicos do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) indicam que o teor aponta, de forma preliminar, que o piloto pode ter perdido o controle da aeronave e a orientação espacial, levando-a ao choque com a água. 

Justiça decreta sigilo das investigações sobre queda de avião com Teori Zavascki

O juiz da 1ª Vara Federal de Angra dos Reis, Raffaele Felice Pinto, decretou na segunda-feira (23) o sigilo das investigações sobre a queda do avião King Air C 90, que transportava o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki e outras quatro pessoas. A aeronave caiu no mar, a 2 quilômetros da Ilha Rasa, em Paraty, na última quinta-feira (19), matando todos os ocupantes. A partir desta terça-feira (24), o Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal começam a ouvir testemunhas do acidente.

>> Cármen Lúcia não deve homologar delações

>> Gilmar Mendes quer que Temer escolha relator da Lava Jato

>> Em pesquisa, maioria acredita que morte de Teori foi crime

Na segunda-feira (23), o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão ligado à Aeronáutica, informou que o gravador de voz do avião sofreu danos devido ao contato com a água do mar, mas "é altamente protegido" e pode ser recuperado. Em nota, a assessoria de comunicação da Aeronáutica informou que o gravador (CVR, "cockpit voice recorder"), também conhecido como a "caixa-preta" do avião, é composto por duas partes.

"A primeira é o gravador em si, que armazena os dados. Essa parte é altamente protegida. A segunda é a chamada 'base', que contém cabos e circuitos que fazem a ligação com o armazenamento de dados. É essa segunda 'parte' que está molhada e precisa ser recuperada", diz a nota do Cenipa.

O aparelho chegou na manhã de sábado (21) a Brasília para ser analisado no Laboratório de Análise e Leitura de Dados de Gravadores de Voo (Labdata), no Cenipa. O órgão explicou que o gravador passará pelas seguintes etapas antes que o resultado seja obtido: secagem do equipamento, verificação da integridade dos dados, processo de degravação dos dados e, por fim, processo de transcrição. O tempo de duração de todo o processo, segundo a Aeronáutica, dependerá das condições do gravador.

Na última quinta-feira (19), a aeronave de pequeno porte prefixo PR-SOM, modelo Hawker Beechcraft King Air C90, com capacidade para oito pessoas, decolou às 13h01 do Campo de Marte, em São Paulo, com destino a Paraty, no litoral sul do Rio de Janeiro. Nela, estavam o ministro Teori Zavascki, o empresário Carlos Alberto Fernandes Filgueiras (dono do avião), o piloto Osmar Rodrigues, a massoterapeuta Maira Lidiane Panas Helatczuk e a professora Maria Ilda Panas. Ninguém sobreviveu à queda.