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Presos voltam a ocupar os telhados da Penitenciária de Alcaçuz

Governador do Rio Grande do Norte garante que situação está sob controle

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Os presos da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Natal (RN), retornaram nesta terça-feira (17) aos telhados de uma das unidades do complexo. Segundo a Secretaria Estadual da Justiça e da Cidadania (Sejuc), o clima no local continua tenso, mas as forças policiais estão retomando o controle do estabelecimento pouco a pouco. Há relatos de um novo confronto entre detentos integrantes de facções rivais, mas a secretaria não confirmou as informações.

De acordo com a Sejuc, os presos que voltaram ao telhado do pavilhão onde funciona o setor médico não estão participando do motim que começou no sábado (14) e deixou pelo menos 26 mortos. A permanência do grupo no telhado seria uma forma de eles se protegerem dos internos rebelados na Penitenciária Rogério Coutinho Madruga, que muitos chamam de pavilhão 5, onde estariam detidos criminosos que afirmam pertencer à facção Primeiro Comando da Capital (PCC).

Desde o último fim de semana, os presos já ocuparam os telhados da unidade pelo menos três vezes. A primeira, no fim de semana, quando a rebelião começou e grupos rivais passaram a se hostilizar cada qual sob o telhado de um pavilhão. A segunda ocupação ocorreu na manhã dessa segunda-feira (16), depois que as forças policiais deixaram o interior da unidade. O Batalhão de Operações Especiais da PM (Bope) foi acionado e voltou à área no início da tarde de ontem. Pouco depois, os presos desceram do telhado.

De acordo com a Sejuc, após uma noite sem registro de novas ocorrências, um grupo de presos voltou a subir ao telhado pela terceira vez. Mesmo com a presença de tropas policiais especiais no interior da penitenciária, a volta da situação à normalidade é demorada, pois o processo de retomada das dependências segue protocolos de segurança rígidos e os policiais avançam pouco a pouco.

"Governo tem o controle"

Seis líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC) que estão na Penitenciária de Alcaçuz, no Rio Grande do Norte,  serão transferidos ainda hoje (17) para presídios federais. A informação foi divulgada pelo governador do estado, Robinson Faria. Ele se reuniu em Brasília com o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes.  

O governador negou que a situação não esteja sob controle no presídio. "O governo tem o controle. Tanto tem que conseguimos tirar os líderes do PCC", disse, ao citar que não houve mortes de policiais, agentes penitenciários ou reféns. "A briga ficou restrita entre o PCC e o Sindicato do Crime do Rio Grande do Norte", completou.

Ainda segundo Faria, o papel dos homens da Força Nacional deslocados para a penitenciária é garantir a segurança da população e evitar fugas de presos, sem adentrar as instalações de Alcaçuz. Para ele, a entrada de forças de segurança no local neste momento poderia gerar mais mortes e "um novo Carandiru". "Temos que evitar que isso aconteça", concluiu.

Retaliação e vingança

Durante coletiva de imprensa, o governador avaliou que o ocorrido na Penitenciaria de Alcaçuz foi uma "retaliação" ou "vingança" à rebelião registrada no início do mês em um presídio no Amazonas. Ele disse que o país não pode ser "emparedado" por facções.

Faria também confirmou que há indícios de algum tipo de favorecimento que tenha permitido a rebelião na penitenciária de Natal. Ao final da entrevista, ele afirmou que agentes penitenciários e policiais que colaboram com a fuga de presos são "piores que bandido".

Com Agência Brasil

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