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Líder do MTST, Guilherme Boulos é preso em São Paulo

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O líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, foi preso na manhã desta terça-feira (17), em São Paulo. Boulos estava na região de São Mateus, na zona leste, prestando solidariedade a 700 famílias que foram despejadas pela Polícia Militar de uma área ocupada. Ele acabou preso por desobediência. 

Segundo o advogado de Boulos, Felipe Vono, Boulos teria tentado negociar com os policiais para que a ação fosse adiada. Vono destacou ainda que não houve desobediência, e que outras pessoas participavam da conversa. Boulos foi conduzido ao 49º DP.

A reintegração de posse acabou em conflito entre moradores e a Tropa de Choque da Polícia Militar, que utilizou gás de pimenta e bombas de gás lacrimogêneo. No terreno particular, onde foram construídas casas de alvenaria e de madeira, moravam 700 famílias.

Em nota, o MTST considera a prisão “um verdadeiro absurdo, uma vez que Guilherme Boulos esteve o tempo todo procurando uma mediação para o conflito. Neste momento, o companheiro Guilherme está detido na 49ª DP de São Mateus. Não aceitaremos calados que, além do massacre ao povo da ocupação Colonial, jogando-o nas ruas, queiram prender quem tentou o tempo todo e de forma pacífica ajudá-lo”, diz a nota.

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A ocupação, chamada comunidade Colonial, está localizada no bairro São Mateus, na zona leste da cidade, na Rua André de Almeida. As famílias vivem no local há um ano e meio. Neto Brasil, integrante da coordenação do MTST, disse que o terreno, antes da ocupação pelas famílias, era usado para crimes e desova de corpos.

Maria Sônia Rodrigues da Silva, de 61 anos, vivia com as duas filhas na comunidade. “Aqui só tem criança, cadeirantes, pessoas idosas, adolescentes. A gente não quer nada de graça não, a gente quer comprar [o terreno]”, disse ela. A idosa e as filhas estavam no local há um ano e meio. “Eu não tenho onde morar, nem elas. Essa terra estava abandonada há 40 anos”, completou.

Com Agência Brasil