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"Presídios são bombas-relógio na iminência de explodir rebeliões", diz presidente da OAB de Sergipe

Henri Clay Andrade comparou a rebelião de Manaus com a situação prisional de seu estado

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Após a rebelião em um presídio de Manaus, que terminou com a morte de cerca de 60 detentos neste domingo (1º), o presidente da OAB de Sergipe, Henri Clay Andrade, deu uma declaração sobre a situação dos presídios em seu próprio estado:

"Em Sergipe a situação calamitosa é idêntica a de Manaus: absurda superlotação, nefasta degradação humana e absoluto controle do sistema prisional pelas facções criminosas. Os presídios são bombas-relógio na iminência de explodir rebeliões de iguais proporções.

No entanto, nunca se gastou tanto em construção e manutenção de penitenciárias. Hoje um detento é mais caro que um estudante e no Brasil se edifica mais presídios do que escolas.

Os governos gastam muito dinheiro para alimentar a escola do crime organizado. Nos presídios, ao invés de passarem por um processo de ressocialização, os presos, submetidos a condições desumanas e degradantes, aprendem a lei da sobrevivência no submundo do crime: a brutalidade com requintes de crueldade como demonstração de força e poder.

Está tudo errado. Esse sistema é ultrapassado e falido. E a quem interessa manter esse modelo prisional com gastos mensais de bilhões de reais? Interessa ao crime organizado e aos corruptos do colarinho branco, todos marginais de alta periculosidade. 

O estado brasileiro precisa urgentemente de nova e moderna política criminal, senão continuaremos vivendo em situações dantescas e em violência galopante e cada vez mais tenebrosa."