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OAB defende desmilitarização da polícia 

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Os dados alarmantes sobre a violência no país foram apresentados no 10º Anuário Brasileiro de Segurança Pública: Sergipe, com 57,3 mortes violentas intencionais a cada grupo de 100 mil pessoas, é o estado mais violento do Brasil, seguido por Alagoas (50,8 mortes para cada grupo de 100 mil) e o Rio Grande do Norte (48,6). Segundo o mesmo anuário, diariamente, ao menos nove pessoas morrem em decorrência de intervenção policial no Brasil. E ao menos um policial é morto, durante o expediente ou fora dele.

Alarmado com os números, o presidente da OAB-SE, Henri Clay, defende a desmilitarização imediata da polícia. "A militarização prepara a polícia para a guerra, e não queremos guerra. A polícia militarizada é inadequada para o Estado Democrático de Direito", diz. 

Para Henri Clay, a solução é federalizar a segurança pública. "Os estados brasileiros falharam no combate à violência", opina, destacando que é preciso cria uma polícia única, que una o efetivo do policiamento ostensivo com os responsáveis pelas investigações.

Ele lembra que tramitam atualmente na Câmara dos Deputados 11 projetos que pretendem alterar o modelo de segurança pública brasileiro. Dez dessas iniciativas são propostas de emenda à Constituição que pretendem desmilitarizar as forças policiais brasileiras, criar uma polícia única ou até transferir a competência pela segurança pública à União.

As deficiências no modelo de segurança pública brasileiro não são nenhuma novidade. Os erros em perseguições, os abusos durante prisões e a investigação precária de crimes são as principais críticas. Juntam-se a esses problemas a falta de infraestrutura e treinamento das força policiais.