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Renan pede a Temer reunião entre representantes dos Três Poderes

Encontro acontece após confronto entre presidente do Congresso e presidente do STF

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O presidente do Senado, Renan Calheiros, pediu ao presidente Michel Temer que fosse realizada, nesta quarta-feira (26), uma reunião com representantes dos Três Poderes, após o choque entre o Legislativo e o Judiciário motivado pela operação da Polícia Federal que prendeu policiais legislativos, na sexta-feira (21)

O encontro deve acontecer no Palácio do Planalto, e a expectativa é de que participem, além de Temer e Renan, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia.

Na segunda-feira (24), Renan Calheiro fez duras críticas a ação da PF, chamando de "juizeco" o juiz de primeira instância que autorizou a prisão dos policiais legislativos, acusados de fazer varreduras para descobrir escutas em residências de parlamentares, prejudicando as investigações da Operação Lava Jato. Renan também criticou o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, a quem chamou de "chefete de polícia".

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Também na segunda-feira, o ministro do STF Gilmar Mendes criticou a operação, se alinhando com a opinião de Renan. “Tendo a concordar com ele porque medidas em relação ao Senado devem ser autorizadas pelo Supremo. Não tenho segurança quanto a todos os elementos que envolvem esta operação, mas me causa realmente espécie que tenha havido obstrução de investigação em matéria que deveria ter sido determinada pelo Supremo. A mim me parece que pode ter havido excessos aqui”, disse.

Por sua vez, nesta terça-feira (25), a presidente do STF, Cármen Lúcia, mesmo não se dirigindo diretamente a Renan Calheiros, rebateu suas declarações ao abrir a sessão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), exigindo "respeito" ao Judiciário por parte do Legislativo e Executivo. "Todas as vezes que um juiz é agredido, eu e cada um de nós juízes é agredido. E não há a menor necessidade de, numa convivência democrática, livre e harmônica, haver qualquer tipo de questionamento que não seja nos estreitos limites da constitucionalidade e da legalidade", afirmou a presidente do Supremo.

"O que não é admissível aqui, fora dos autos, é que qualquer juiz seja diminuído ou desmoralizado. Porque, como eu disse, onde um juiz for destratado, eu também sou. Qualquer um de nós, juízes, é", afirmou, acrescentando que os magistrados, nas diversas instâncias, podem cometer atos "questionáveis", mas que todos os órgãos do Judiciário buscam cumprir sua função "da melhor maneira".

"Espero que isso seja de compreensão geral, de respeito integral. O mesmo respeito que nós, Poder Judiciário, dedicamos a todos os órgãos da República. Afinal, somos, sim, independentes, e estamos buscando a harmonia em benefício do cidadão brasileiro. Espero que isso não seja esquecido por ninguém, porque nós juízes não temos nos esquecido disso", concluiu Cármen Lúcia.

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Veja a fala da ministra, a partir dos 19 minutos