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ES, norte do RJ e de MG podem ter muita chuva

Entenda as mudanças que trazem a chuva de volta

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O estado do Espírito Santo, o norte do Rio de Janeiro e o centro-norte e o nordeste de Minas Gerais sofrem com a falta de chuva há cerca de 2 anos e meio. Durante quase todos os meses de 2014 e de 2015 choveu abaixou ou muito abaixo da média nestas regiões.

Em particular na primavera de 2015, com a influência de um forte fenômeno El Niño, o mais intenso desde o evento de 1997/1998 que é considerado o mais forte de todos, a secura foi histórica e com o agravante do calor muito acima do normal.

A combinação da falta de chuva prolongada e do calor fez com que rios e reservatórios de água atingissem níveis extremamente baixos impedindo a captação de água para o abastecimento da população e também para a sustentação das atividades agrícolas e industriais. Alguns mananciais até secaram. Uma das consequências é o racionamento de água imposto para a população de várias cidades mineiras e capixabas, além das restrições para os setores de agropecuária e indústria que também precisam racionar a água.

O último mês com chuvas volumosas foi janeiro de 2016, mas depois as torneiras do céu se fecharam de novo e a água de janeiro não deu conta de sustentar o restante do verão, o outono e o inverno. Com o fim do El Niño no inverno, a situação melhorou em agosto, quando as pancadas de chuva voltaram com maior frequência e em setembro, com a passagem de duas grandes frentes frias sobre o norte mineiro e sobre o Espírito Santo que provocaram chuvas fortes. Toda a chuva é mais que bem-vinda na situação atual, mas deficiência é grande demais e a necessidade é de chuvas regulares, por vários meses.

Chuva de ZCAS

O começo da recuperação parece estar chegando. As previsões são animadoras e indicam chuva para a primavera 2016 e para o verão de 2017. A condição mais favorável para a fartura de chuva é a formação do fenômeno ZCAS - Zona de Convergência do Atlântico Sul - que propicia chuva em grandes volumes para a Região Sudeste. Porém, as grandes áreas de chuva de uma ZCAS não caem no mesmo lugar de um ano para outro. Existe uma variabilidade espacial sobre a Região Sudeste, de modo que em alguns anos a chuva cai com mais força na metade centro-sul Sudeste, privilegiando São Paulo, o centro-sul de Minas e do Rio de Janeiro, e em outros anos, a chuva mais intensa ocorre sobre a metade centro-norte favorecendo o norte de Minas Gerais e o Espírito Santo.

O que se espera é que mais frentes frias passem pelo Espírito Santo e pelo norte mineiro em outubro e que uma situação de convergência de umidade e chuvas frequentes já ocorra sobre o Sudeste em novembro.