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'Fortune': Saída de Dilma não salvará o Brasil

Reportagem diz que Temer enfrentará uma difícil batalha para colocar o país de volta nos trilhos

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Matéria publicada nesta quarta-feira (31) pela Fortune conta que após nove meses chega ao final o processo de impeachment de Dilma Rousseff, presidente do Brasil. 

O noticiário de Nova Iorque diz que embora tenha acontecido uma ou outra discussão entre governo e oposição, a presença de Dilma foi um pouco sem brilho. Sua principal proposta para apaziguar os senadores foi um plebiscito para novas eleições, caso retornasse ao poder e logo foi rejeitada até mesmo por membros do seu próprio partido. Com pouco a oferecer em troca de uma absolvição, a presidente suspensa embarcou em uma estratégia de defesa mais agressiva, referindo-se ao processo de impeachment como um "golpe parlamentar". 

A Fortune acrescenta que a história de golpe pode repercutir bem em determinados segmentos da opinião pública, mas não será suficiente para atrair votos a seu favor no Senado.

> > Fortune Why Dilma Rousseff’s Ouster Won’t Save Brazil

A previsão é de que a partir de setembro o Brasil terá um novo presidente, acrescenta a Fortune. Após a queda de Dilma, o vice-presidente Michel Temer será oficialmente empossado como presidente para completar o mandato original de Dilma Rousseff, que termina em 2018.

Será que o impeachment vai resolver meses de turbulência política e econômica aguda no Brasil? A resposta é não, fala o noticiário norte-americano. A economia global menos favorável como pano de fundo, uma profunda recessão, desequilíbrio fiscal, escândalo de corrupção em curso, e a briga política habitual constitui o que muitos chamam de uma tempestade perfeita. Enquanto o fim de um longo processo de impeachment trará algum alívio, o próximo governo continuará a enfrentar uma difícil batalha para colocar o país de volta nos trilhos.

De acordo com a Fortune existem dois desafios principais no plano econômico. O primeiro é organizar as finanças do país. O fim do super-ciclo das commodities e vários anos de má gestão macroeconômica atingiram os cofres do governo. Qualquer tentativa significativa para corrigir o curso exigirá reformas estruturais para limitar os gastos, reduzir direitos, e aumentar os impostos. Acrescentando isto a uma classe média já descontente, esta agenda impopular vai enfrentar uma grande barra para reconstruir um congresso fragmentado. 

O segundo desafio econômico será recuperar a confiança dos investidores. Durante o mandato de cinco anos de Dilma como presidente, a mão do estado caiu pesadamente em alguns setores da economia, levando a uma série de distorções políticas. Com poucos fundos públicos à sua disposição, Temer vai precisar recorrer ao setor privado para aumentar os investimentos e estimular uma recuperação econômica. 

Para concluir a Fortune analisa que seja como for, Temer vai liderar um governo de transição até a próxima eleição presidencial em 2018. Quem ganhará em seguida, terá que continuar com uma ambiciosa agenda de reformas. Se existe uma fresta de esperança, é que a tempestade do Brasil pode estar começando a terminar.