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'Página 12': Impeachment de Dilma reafirma cultura de estupro do país

Reportagem diz que brasileiros querem saída da presidente por ela ser mulher

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Artigo publicado nesta terça-feira (30) pelo jornal argentino Página 12 informa que a cada 11 minutos uma mulher é estuprada no Brasil. Sendo que as negras, pobres e jovens são mais propensas a sofrer um ataque. Os estudos antropológicos chamam isto de cultura do estupro. Depois de assistir a sessão do Senado contra Dilma Rousseff, qualquer pessoa pode substituir a palavra "mulher" por "Constituição" e a palavra "negro" por "democracia" e ver que a teoria pode ser aplicada à política, sem muito esforço. 

A reportagem do jornal de Buenos Aires diz que os senadores da oposição atingiram um novo nível em violação de regras. Eles violaram os direitos políticos de Dilma, que se não acontecer um milagre vai perder a presidência e será proibida de concorrer a cargas públicos durante oito anos.

> > Página 12: Estupro a la democracia

Página 12 fala que os direitos humanos dos brasileiros que votaram no dia 14 de outubro de 2014 foram esmagados. O Brasil não vive sob um regime parlamentar, mas o Congresso pode retirar a presidente com mandato até 31 de dezembro de 2018. Durante a sessão do Senado nesta segunda-feira (29) vários senadores criticaram o desempenho de Dilma no governo. Mas senadores de impeachment são os juízes, e não parlamentares no meio de uma interpelação.

O jornal conclui que a Polícia Federal está tentando prender Lula só para o PT perder sua força nas eleições presidenciais de 2018. A polícia militar usa cada vez mais seu poder de gatilho.

Dilma escolheu os parceiros errados. Ela falou na segunda-feira (29) para os senadores, e não para as pessoas que a elegeram nas urnas. Mas não é por suas fraquezas políticas que o Brasil quer retira-la do perder e sim por ser fiel à cultura de estupro praticado desde o século XVI.