ASSINE
search button

Impeachment: Lindbergh Farias acusa Senado de fazer 'tribunal de exceção'

Senador petista disse que Dilma "está desmontando o golpe e comovendo o país"

Compartilhar

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) disse, nesta segunda-feira (29), na sessão de julgamento com Dilma Rousseff, no Plenário do Senado, que a presidente afastada é vítima de um "tribunal de exceção" no qual as provas "não valem nada". Segundo ele, todos senadores sabem que Dilma não cometeu crime de responsabilidade, mas vão condená-la mesmo assim, embora a presidente tenha feito um discurso que "virou o jogo".

"Dilma está desmontando o golpe e comovendo o país. Eu considero a senhora uma mulher admirável. A senhora está aqui, de cabeça erguida, buscando justiça, novamente enfrentando um julgamento de exceção", afirmou Lindbergh, dirigindo-se à presidente eleita.

Lindbergh Farias classificou o processo de impeachment como um golpe contra a população pobre e os trabalhadores, articulado pelo presidente interino Michel Temer, pelo ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pelos políticos que fizeram oposição aos governos do PT, pelas elites econômicas do país e por grandes empresas de mídia. Ele pediu que Dilma expusesse “o que está por trás” dos acontecimentos.

Em sua resposta, a presidente destacou duas razões que enxerga para o impeachment: a intenção política de paralisar a Operação Lava-Jato e o interesse econômico de aliviar os impactos da crise do país sobre a classe empresarial, em detrimento do povo — o que chamou de "programa reacionário" de governo. Para ilustrar o segundo ponto, ela fez menção a recente campanha da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) contra o aumento de impostos.

"Em toda crise há um conflito distributivo. Isso ficou claro quando o 'pato' apareceu nas ruas. 'Quem paga o pato'?' Ou seja, quem fornece os recursos necessários para o país sair da crise? Alguns acreditam que só são os trabalhadores, a população mais pobre, as classes médias, os profissionais liberais, os pequenos empresários".

Com Agência Senado