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Dilma não cometeu crime de responsabilidade, diz Nelson Barbosa

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No depoimento que está prestando neste sábado (27) no Senado, como testemunha de defesa da presidenta afastada Dilma Rousseff, o ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa, disse que Dilma não cometeu crime de responsabilidade ao editar os decretos em avaliação no processo de impeachment. “Ela seguiu estritamente o que está na lei”, afirmou Barbosa.

Para Barbosa, não há base para crime de responsabilidade da presidenta afastada "nem na questão do pagamento de passivos junto aos bancos públicos, nem na edição de decretos”.

Ao responder a questionamentos de senadores, Barbosa disse que, no ano passado, o governo fez um dos maiores contingenciamentos da história e não há como dizer que os créditos suplementares foram editados para se gastar mais. Para o ex-ministro, não se pode considerar que houve irresponsabilidade fiscal em 2015.

Nelson Barbosa está sendo ouvido e questionado pelos senadores desde as 10h30 de hoje. Depois do ex-ministro será ouvido pelos parlamentares o professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro Ricardo Lodi Ribeiro.

A expectativa é que menos senadores se inscrevam para fazer questionamentos a Lodi. No caso do ex-ministro, inscreveram-se 32 senadores. Mesmo com tantos senadores questionando Barbosa, o plenário do Senado ficou parcialmente vazio durante todo o depoimento.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), convocou para as 20h uma reunião com os líderes partidários e com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandoski, que conduz o julgamento do processo de impeachment. Na reunião, serão acertados os procedimentos para a próxima etapa do processo e do depoimento de Dilma Rousseff, previsto para segunda-feira (29), a partir das 9h.

Segundo dia do julgamento tem manhã tensa e tarde de depoimentos

O segundo dia do julgamento também foi marcado por bate-boca e acusações entre senadores favoráveis e contrários ao impeachment da presidenta afastada Dilma Rousseff, principalmente no período da manhã. À tarde, os atritos foram mais raros e pontuais e a sessão se concentrou nos depoimentos das testemunhas da defesa.

O primeiro bate-boca começou quando o senador petista Lindbergh Farias (RJ) pediu a palavra e disparou contra o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) que lhe antecedeu. "Esse senador que me antecedeu é um desqualificado. O que fez com senadora Gleisi é de covardia impressionante, dizer que tentou aliciar testemunha", disse o petista.

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Em seguida foi a vez do presidente do senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). O peemedebista começou pedindo para que os senadores reduzam as questões de ordem repetidas, mas esquentou o clima ao lembrar da declaração de quinta-feira, feita pela senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) que provocou o primeiro grande tumulto do dia. “Esta sessão é uma demonstração de que a burrice é infinita. A senadora Gleisi chegou ao cúmulo de dizer que o Senado não tem condição moral de julgar a presidente”, disse o presidente.

Esquentando ainda mais o ambiente e provocando a reação imediata de petistas, Renan lembrou que Gleisi e o marido, o ex-ministro das Comunicações do governo Dilma, Paulo Bernardo, foram indiciados por corrupção passiva na Operação Lava Jato e disse ter intercedido a favor deles. Os dois são acusados de receber propina de contratos oriundos da Petrobras.

"Como uma senadora pode fazer uma declaração dessa? Exatamente, sr. Presidente, uma senadora que, há 30 dias, o presidente do Senado Federal conseguiu, no Supremo Tribunal Federal, desfazer o seu indiciamento e do seu esposo", disse Renan.

Gleisi foi em direção a Renan afirmando ser mentira, apoiada pelo senador Lindbergh que gritava "baixaria" e que acabou sendo empurrado por Renan.

Com Agência Brasil