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Senadores pró e contra impeachment montam estratégia para julgamento de Dilma

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Já está tudo pronto no Senado para dar início ao julgamento do impeachment contra a presidenta afastada Dilma Rousseff, que começa nesta quinta-feira (25). O esquema de segurança foi reforçado e às dependências do Senado estão com acesso controlado.

Enquanto isso, senadores da oposição e do governo discutem as estratégias para a sessão. Os aliados de Dilma acreditam que a presença dela no Plenário pode barrar o processo. Já os senadores que querem o impeachment decidiram que não vão atacar Dilma durante o interrogatório.

Conforme o cronograma definido para o julgamento, os interrogatórios das duas testemunhas de acusação e das seis da defesa vão acontecer na quinta (25) e na sexta-feira(26).

Os senadores pró-impeachment estão com pressa e para não prolongar esta fase decidiram que apenas os líderes partidários vão questionar as testemunhas da acusação: o procurador no Tribunal de Contas da União, Júlio Marcello Oliveira, e o auditor do TCU, Antonio D´Ávila. Os pró-impeachment pretendem ignorar os nomes apresentados pela defesa, que são o ex-ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, a ex-secretária do Tesouro, Esther Dweck; o ex-secretário do Ministério da Educação, Luiz Costa; o economista Luiz Belluzzo, e os professores de Direito, Geraldo Prado e Ricardo Lodi.

Ao conversar com a imprensa, o líder do governo, senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) alegou que as testemunhas da defesa já foram ouvidas pela Comissão Especial. Aloysio Nunes Ferreira garantiu ainda que os senadores a favor do impeachment serão firmes, mas não vão fazer ataques pessoais à Dilma, apenas perguntas sobre as acusações.

"Com dureza no conteúdo, Mas evidentemente que toda pessoa que é acusada perante um tribunal, o Senado será de alguma forma um tribunal, merece ser tratado com respeito que merecem todos os réus."

Já o aliado de Dilma, o líder da minoria, senador Lindbergh Farias (PT-RJ), afirma que Dilma está pronta para responder qualquer pergunta, desafiando a oposição à enfrentá-la.

"Quero ver o confronto com ela. Acho que esse dia, o Brasil vai parar para escutar a presidente Dilma. Eu tenho uma certeza: nós vamos virar o opinião pública, porque ficará claro que não houve crime por parte. E ela respondendo cada senador."

As oito testemunhas vão  ficar em um hotel em Brasília separadas umas das outras, em quartos sem acesso à internet e a telefone. As testemunhas serão ouvidas separadamente.

Os depoimentos começam nesta quinta-feira (25), às 9h. Serão seis minutos para as perguntas e outros seis para as respostas. 

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), voltou a dizer que espera bom senso por parte dos senadores para que os depoimentos não durem até o fim de semana, para que que na segunda-feira (29) seja interrogada Dilma Rousseff.

"Eu espero bom senso porque se as oitivas das testemunhas de defesa e acusação andarem rápido, nós não vamos precisar trabalhar no sábado (27) e nem no domingo (28). Caso contrário, vamos ter que trabalhar."

Do lado de fora do Senado Federal,  uma barreira de um quilômetro foi colocada no gramado em frente ao Congresso, para dividir os manifestantes contra e a favor do impeachment da presidenta afastada Dilma Rousseff, que forem acompanhar as sessões.  A votação do julgamento final está prevista para terça-feira (30).