O ex-senador Eduardo Suplicy foi solto na tarde desta segunda-feira (25), após ter sido levado à força pela Polícia Militar de São Paulo para a 75º DP durante protesto contra reintegração de posse. Ele explicou que, quando viu o avanço de policiais militares com escudos contra os moradores, e também uma escavadeira que se aproximava logo atrás, resolveu se deitar no chão para prevenir e evitar qualquer violência.
"Começou a haver um encontro daquelas pessoas com os policiais e eu vi que quase que estavam uns empurrando aos outros, então fiquei com receio de que pudesse de repente haver uma cena de violência quase que incontrolável", disse Suplicy à imprensa quando foi solto.
Suplicy destacou que acredita que houve abuso na ação da polícia, e que chegou a dizer aos policiais que, se quisessem, poderiam levá-lo -- o que não o impediu de ser carregado por diferentes policiais. Em determinado momento, acrescentou, ele alertou: "vocês vão quebrar o meu braço". "E aí eles me levaram com maior respeito."
Suplicy havia sido preso por volta das 11h30. A PM alegou que a detenção foi realizada por desobediência e obstrução à Justiça. "A posição do ex-senador Eduardo Suplicy é contra a truculência inaceitável da PM, especialmente da Tropa de Choque, na desocupação de área ocupadas. A presença dele foi para inibir a violência contra os moradores, sendo muitas crianças", informou a assessoria de Eduardo Suplicy.
Houve confronto entre os moradores da ocupação no Jardim Raposo Tavares e policiais durante a reintegração de posse. De acordo com os moradores, a revolta foi iniciada depois que uma criança foi atingida por uma bomba de gás lacrimogêneo.
Guilherme Boulos, membro da coordenação nacional do MTST e da Frente de Resistência Urbana, lamentou o ocorrido em publicação em rede social. "Suplicy estava defendendo os moradores que estão sendo despejados sem qualquer alternativa. Cunha solto. Suplicy preso. E o povo tirado de suas casas..", escreveu Boulos.
A deputada federal Maria do Rosário também comentou sobre o ocorrido. "Diante das lutas de hoje, defender o direito à moradia, contra os despejos, é um ato heroico!"
Vídeos com o momento em que Suplicy se deitou no chão e em que foi levado à força pela polícia estão sendo compartilhados nas redes sociais.