ASSINE
search button

Temer e COI não se acertam sobre convite a Dilma nas Olimpíadas

Presidente interino disse que cabe à organização, mas presidente do comitê negou

Compartilhar

Em visita ao Parque Olímpico, no Rio de Janeiro, nesta terça-feira (14), o presidente interino Michel Temer desconversou ao ser questionado por jornalistas sobre a possibilidade de a presidente afastada Dilma Rousseff ser convidada para a abertura dos Jogos Olímpicos, em agosto. Apesar de ter respondido que "tanto faz", Temer jogou a responsabilidade para o Comitê Olímpico, que já negara mais cedo sua ingerência a respeito da participação de autoridades brasileiras, incluindo Dilma.

"Isto é da organização das Olimpíadas, né? Não é de hoje que eu falo em pacificação do país, da unidade do país. O que não podemos ter é brasileiros disputando contra brasileiros. Isso foge à tradição sentimental do nosso povo. As olimpíadas revelarão a possibilidade de reunificação do pensamento nacional. Não tenho nenhuma objeção (ao convite a Dilma). Para mim tanto faz", disse Temer.

Na manhã desta terça-feira, logo após reunião com Temer, o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, disse à imprensa que a presença e o convite a autoridades brasileiras competia ao governo.

"Os convites a autoridades políticas não são de responsabilidade do COI e não temos nada a falar sobre isso", disse Bach, em referência a Dilma, para complementar em seguida: "Os convites a autoridades brasileiras não são feitos pelo COI", afirmou Bach.

>> Presidente do COI se reúne com Temer e diz que crise política é questão doméstica

>> Temer é alvo de protestos em visita ao Rio

Temer evita falar sobre pedido de suspensão de direitos políticos de Cunha

Perguntado sobre as ações do Planalto em relação ao pedido do Ministério Público Federal de suspender os direitos políticos de seu aliado, o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o presidente interino disse que não comentaria o fato para evitar a interferência entre poderes.

"Se eu respondesse a essa questão, estaria interferindo, como presidente da República, numa matéria que não cabe ao Executivo", afirmou, suspendendo a breve entrevista que concedeu nas instalações do Parque Olímpico, no Rio, em sua primeira viagem oficial como presidente, ao lado do governador em exercício, Francisco Dornelles, do prefeito do Rio, Eduardo Paes, e dos ministros Leonardo Picciani (Esportes), Raul Jungmann (Defesa), Moreira Franco (secretário do Programa de Parcerias de Investimentos), Eliseu Padilha (Casa Civil) e Alexandre de Moraes (Justiça).

Linha 4 do metrô

Temer visitou o Parque Olímpico da Barra, na zona oeste do Rio, acompanhado de parte do corpo ministerial, do governador do Rio de Janeiro, Francisco Dornelles, do prefeito da capital, Eduardo Paes, e do presidente do Comitê Rio 2016. 

O presidente interino informou aos jornalistas que terá uma reunião com o governador em exercício do Rio de Janeiro, Francisco Dornelles, para tratar dos recursos federais que serão destinados à finalização da obra da Linha 4 do metrô, um dos compromissos do estado do Rio para os Jogos.

"Estão sendo finalizados os estudos financeiros", disse Temer, que disse que poderá divulgar mais detalhes sobre o assunto na semana que vem. "Vamos ter uma conversa logo adiante, para se equacionar em definitivo a questão do metrô."

Temer disse ter visualizado com entusiasmo as obras feitas na cidade, para o evento, e lembrou que a cerimônia de abertura e as competições serão acompanhadas em todo o mundo.

"Cinco bilhões de pessoas estarão com os olhos voltados para o nosso país. Por  isso, é importantíssimo vir aqui, com parte do ministério, para conhecer as obras e evidenciar que vamos colaborar não apenas com palavras, mas também com necessidades de natureza financeira".