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Lula nega "compra de silêncio" de Cerveró e critica pedido de Janot

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou, neste sábado (11), por meio de nota de seus advogados, o pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF), para que a denúncia sobre suposta compra de silêncio de Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras, seja encaminhada para o juiz federal Sérgio Moro. O inquérito tem como base a delação do ex-senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS).

A defesa afirma que "Janot age sem ter conseguido apresentar à Justiça qualquer gravação ou qualquer outro elemento que pudesse sugerir a participação do ex-Presidente nessa suposta tentativa de obstrução às investigações" e que Lula ficou "estarrecido" com a medida. A nota informa, ainda, que Lula esclareceu em depoimento prestado no dia 7 de abril deste ano, na Procuradoria-Geral da República que "jamais participou de qualquer iniciativa objetivando a 'compra do silêncio' de Nestor Cerveró".

>>Lula: 'Quanto mais eles provocarem, mais eu corro o risco de ser candidato'


Confira a nota da defesa de Lula sobre o pedido de Janot:

Trata-se de mais um vazamento ilegal de documentos que estão sob a análise e o que chama mais a atenção é que tal manifestação de Janot é datada de 23.05.2016 e já foi contestada pelos advogados do ex-Presidente em 27.05.2016, mostrando, por meio de relevantes fundamentos técnico-processuais, que a Justiça Federal de Curitiba não detém competência para conduzir a investigação. Essa peça de defesa foi, contudo, propositadamente omitida pelo autor do vazamento, evidenciando o seu objetivo de interferir, indevidamente, em uma questão que está sob análise do STF.

Vemos, portanto, uma notícia velha ser requentada apenas para tentar transferir o tema do jurídico, palco natural da discussão, para o âmbito da imprensa, com o claro intuito de usar a opinião pública como elemento de pressão.

Atos dessa natureza são reprováveis porque, além de fragilizar garantias constitucionais asseguradas a todo e qualquer cidadão, também violam regras básicas de procedimentos que o Brasil se comprometeu a seguir ao subscrever tratados internacionais, para que haja um julgamento justo.

Lula jamais teve motivo para cogitar impedir a delação premiada de Nestor Cerveró, que efetivamente ocorreu, como é público e notório, e que não atribui ao ex-Presidente, em momento algum, a prática de atos ilícitos.