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'El País':Compartilhar estupro coletivo nas redes, a nova versão da barbárie brasileira

Violação saiu na imprensa após homem postar que crime teria sido cometido por "mais de 30"

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O jornal espanhol El País publicou nesta sexta-feira (27) uma matéria onde conta que um vídeo em que uma adolescente aparece nua, dopada e com marcas de violência se tornou viral na Internet nesta quarta-feira, 25 de maio, acompanhado de comentários que relatavam que ela foi vítima de um estupro coletivo – muitos deles de verve machista. Um grupo de homens a teria violentado na Zona Oeste do Rio de Janeiro, e depois alguns deles teriam filmado o crime com seus celulares para compartilhá-lo nas redes sociais. Uma das imagens compartilhadas mostra um homem com a língua para fora posando diante da pelve ensanguentada da menina. 

Segundo a reportagem, o caso chegou às mãos da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática(DRCI), que recebeu uma série de denúncias anônimas (mais de 800 foram enviadas ao Ministério Público do Rio), munidas em parte do material virtual que comprova a barbárie. Ela tem 16 anos, foi estuprada no sábado, 21 de maio, e encontrada três dias depois, e logo em seguida o vídeo viralizou. Seus parentes relataram à imprensa que a garota passou alguns dias fora de casa, sem dar notícias, e só souberam de seu paradeiro através do noticiário e das redes sociais. Estão em choque, como boa parte da sociedade brasileira.

O jornal espanhol destaca que quem contou essa história primeiro, porém em tom jocoso, foi o usuário do Twitter @michelbrazil7. Michel postou inicialmente o vídeo, acrescentando entre risos os comentários de que “amassaram a mina” e “fizeram um túnel na mina, mais de 30”, em referência à violação grupal. Mesmo após a forte onda de protestos pelo seu post – superior à de compartilhamentos do vídeo, que também foi intensa, apesar de configurar crime de acordo com o Código Penal Brasileiro – ele manteve sua decisão de não apagar as imagens, até ter de eliminar seu perfil da rede. 

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Para ler matéria original na íntegra, clique aqui:

> > > El País