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Marcelo Calero: "A mudança para o status de secretaria não desvaloriza a Cultura"

Secretário nacional de Cultura falou com exclusividade ao 'JB' sobre seu novo desafio

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O secretário nacional de Cultura, Marcelo Calero, admitiu que terá um trabalho complicado pela frente. Em entrevista exclusiva ao JB, Calero falou sobre a situação que encontrou a pasta e disse não ver a mudança de status de ministério para secretaria como uma desvalorização da cultura no Brasil. Segundo o secretário, a mudança possibilitará um aumento no orçamento do segmento.

Na quinta-feira (19), o secretário Marcelo Calero participou de seu primeiro evento oficial após a nomeação para o cargo, na inauguração do teatro da Cesgranrio. “Devo dizer que esse é meu primeiro evento oficial como secretário nacional de Cultura. O desafio que terei pela frente na gestão da cultura do nosso país é bastante complexo. Preciso deixar claro que a transferência da cultura para a gestão da educação em nenhum momento significa a desvalorização desse segmento. Até 1985 foi assim, depois tornou-se um ministério. O fato é que hoje, diante da situação do nosso país, nós precisamos fazer equações orçamentárias que possibilitem, inclusive, o aumento do investimento na cultura. Essa mudança significa a valorização da cultura para que a gente possa ter mais recursos financeiros. Não adianta, nós precisamos de dinheiro para fazer as coisas. E foi nesse sentido que o presidente Michel Temer tomou essa decisão muito corajosa  para que hoje nós tenhamos essa estrutura da Secretaria Nacional de Cultura”, comentou o secretário.

Calero disse ter encontrado a pasta com sérias dificuldades financeiras e comentou que a prioridade é pagar as muitas dívidas e trabalhar em busca de novos investimentos para aumentar o orçamento destinado à cultura. De acordo com Calero, o presidente em exercício, Michel Temer, garantiu um maior investimento no segmento para o próximo ano.

“Preciso deixar uma coisa clara, a situação era de penúria. Respeito muito o ministro Juca Ferreira, isso não é uma crítica de ordem pessoal. Ele foi deixado nessa situação em termos orçamentários, em termos de gestão. Uma situação muito complexa, com muitas contas atrasadas. O que nós estamos tentando fazer agora é um trabalho hercúleo de pagar os atrasados, garantir novos investimentos. O presidente Michel Temer já me garantiu que o investimento no ano que vem será 25% maior do que o deste ano. Ou seja, não é a nomenclatura de ministério que irá fazer com que a gente possa programar políticas públicas de cultura consistentes”, explicou.

Calero comentou as críticas ao governo instituído por Michel Temer, elogiou a medida adotada para a cultura e pediu apoio da população para que o país possa sair da situação na qual se encontra.

“Espero que todos estejam ao meu lado, independentemente desses questionamentos que nós estamos vivendo a respeito do governo. Preciso deixar claro que o governo é instituído e ele adotou uma política de cultura séria, e com dinheiro, que é o que nós precisamos”, disse Calero.

Concluindo, o secretário garantiu aos brasileiros que não irá faltar esforços da parte dele e prometeu muito diálogo, o que, segundo ele, é a principal forma de se garantir políticas robustas.

“O que eu posso oferecer a todos os brasileiros e especialmente aos fazedores de cultura é a minha energia, a minha integridade e acima de tudo a minha capacidade de diálogo. A cultura precisa disso. As pessoas precisam ser ouvidas para que realmente a gente consiga construir uma política robusta. O que eu posso dar é a certeza de que isso será efetivado em seu mais alto grau. Sei que o trabalho não vai ser brincadeira, que não vai ser fácil”.

Temer muda status do secretário da Cultura

Nesta sexta-feira (20), o presidente em exercício, Michel Temer, criou um cargo especial para área da Cultura, porém, manteve o segmento dentro do Ministério da Educação. O cargo criado para Marcelo Calero é de Secretário Especial de Cultura. Na prática, o novo cargo dá status maior às funções relativas à pasta da Cultura. Mas a mudança não resultará em privilégios para Calero, como status de ministro, foro privilegiado ou salário superior aos demais secretários.