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Ex-ministro Guido Mantega é alvo de condução coercitiva na Zelotes

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O ex-ministro Guido Mantega foi um dos levados coercitivamente na manhã desta segunda-feira (9) pela Polícia Federal, na Operação Zelotes. São 30 mandados judiciais, entre pedidos e condução coercitiva e de busca e apreensão, realizados em Brasília, São Paulo e Pernambuco. Ele foi levado para a Superintendência da PF, na capital paulista.

A Zelotes investiga a manipulação de julgamentos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), ligado ao Ministério da Fazenda. A PF estima que foram desviados mais de R$ 19 bilhões.

Mantega já teve seus sigilos bancário e fiscal quebrados por ordem do juiz Vallisney de Souza Oliveira, responsável pela Zelotes, em novembro do ano passado. O objetivo era investigar a existência de ligações entre o ex-ministro e empresários beneficiados por decisões do Carf, uma vez que ele foi responsável pela nomeação de conselheiros do órgão no período em que foram identificadas as irregularidades.

A atual fase da Zelotes investiga o perdão de multas que chegam R$ 57 milhões por julgamentos no Carf, informou a PF. Entre os principais alvos está uma fabricante de materiais de construção. São cumpridos 27 mandados judiciais, sendo 12 de busca e apreensão e 15 de condução coercitiva em Pernambuco, São Paulo, Santa Catarina, Bahia, Distrito Federal e Paraíba. Uma pessoa está sendo ouvida no Complexo da Papuda, penitenciária que fica em Brasília.

São investigados os crimes de advocacia administrativa fazendária, tráfico de influência, corrupção ativa e passiva, associação criminosa e lavagem de dinheiro. O processo corre em segredo de Justiça.

Na semana passada, a Justiça Federal condenou nove pessoas envolvidas em um esquema de compra de medidas provisórias durante os governos de Luiz Inácio Lula da Silva. A decisão proferida pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira não menciona Guido Mantega. O caso foi um dos desdobramentos das investigações da Operação Zelotes, iniciadas em março de 2014.