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Reunião da Comissão do Impeachment do Senado começa com bate-boca

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Começou com bate-boca, nesta sexta-feira (6), a reunião da Comissão do Impeachment do Senado destinada à votar o parecer do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), que recomenda a abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff e o seu consequente afastamento do cargo de presidente. 

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) iniciou a reunião dizendo que a presidente Dilma será afastada sem ter cometido crime e será substituída por um projeto conservador que vai retirar direitos dos trabalhadores. “Ninguém seria eleito pelo voto popular com um projeto de governo deste, o Ponte para o Futuro. Esse documento rasga o legado de Lula, Ulysses Guimarães e Getúlio Vargas. Falam aqui em privatizar tudo”, criticou.

As afirmações foram rebatidas pelos senadores tucanos Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) e Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP). Cunha Lima criticou uma postagem de Lindbergh nas redes sociais que atribuía uma frase ao presidente do PSDB, Aécio Neves (MG) que, segundo ele, não seria verdadeira. Lindbergh afirmou que confiava em sua assessoria e que a postagem tratava de direitos de trabalhadores, reiterando as críticas. 

Aloysio Nunes entrou na discussão: "É uma infâmia, uma mentira. O senhor vai responder no Conselho de Ética por isso." Lindbergh rebateu: "É infâmia dizer que Michel Temer e Aécio Neves querem retirar direitos? Está no Ponte para o Futuro."

Neste momento o presidente da comissão, Raimundo Lira, pediu que a campainha fosse trocada e a sessão foi suspensa por vários minutos, até que fosse restaurada a ordem. 

A reunião, marcada para as 10 horas, só teve início uma hora depois, por volta das 11 horas.

O relatório de Anastasia reforça que a presidente Dilma Rousseff cometeu crime de responsabilidade ao recorrer a decretos para autorização de créditos em desacordo com a meta fiscal e sem autorização do Congresso e ao fazer uso das chamadas pedaladas fiscais – atrasos do governo nos repasses para pagamento de benefícios do Plano Safra, obrigando o Banco do Brasil quitar os compromissos com recursos próprios, o que foi considerado empréstimo pelo Tribunal de Contas da União. Para o senador, as irregularidades denunciadas podem colocar em xeque o próprio regime de responsabilidade fiscal. 

“Não está em evidência, unicamente, a discussão sobre a manutenção de um mandato presidencial. Está em jogo, sobretudo, a avaliação de questões pertinentes à preservação de um patrimônio inestimavelmente caro à Nação, isto é, da estabilidade fiscal e monetária do País”, argumentou. Se o equilíbrio das contas públicas for comprometido, segundo Anastasia, a consequência será o descontrole inflacionário. “O preço da estabilidade é a eterna vigilância”, concluiu.

Com Agência Câmara