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Lava Jato denuncia Gim Argello, Delúbio Soares e Odebrecht

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O Ministério Público Federal (MPF) denunciou nesta sexta-feira (6), em Curitiba, o ex-senador Gim Argello (PTB-DF), o publicitário Marcos Valério, o empresário Ronan Maria Pinto, o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, e nomes ligados às maiores empreiteiras do país como Marcelo Bahia Odebrecht e Léo Pinheiro, da OAS, por suposto envolvimento em crimes investigados pela Lava Jato. São duas novas denúncias relacionadas ao esquema de corrupção, desvio e lavagem de dinheiro na Petrobras. São 20 nomes indicados. 

O coordenador da força-tarefa da Lava Jato, procurador Deltan Dallagnol, informou que as denúncias dão conta de R$ 30 milhões em corrupção, R$ 5 milhões em concussão (agente público exige vantagem indevida) e mais R$ 13,7 milhões e € 200 mil em lavagem de dinheiro.

O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas ações penais da Lava Jato, deve aceitar ou não as denúncias. Se aceitar, os 20 nomes apontados se tornam réus.

Petrobras

A denúncia contra Gim Argello, Marcelo Odebrecht, Ricardo Pessoa e Léo Pinheiro aponta que o ex-senador, em parceria com dirigentes das empreiteiras envolvidas no esquema corrupção na Petrobras, acertaram vantagens indevidas.

Entre os meses de abril e dezembro de 2014, houve pagamento de propina para obstruir os trabalhos das comissões parlamentares de inquérito instauradas (CPIs) no Senado e na Câmara dos Deputados.

As CPIs foram abertas para apurar atos ilícitos cometidos contra a petroleira e, conforme se constatou, houve o acerto de pagamento de propina para evitar a convocação de empreiteiros para prestarem depoimento.

Argello era membro da CPI do Senado e vice-presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, formada por deputados e senadores. A ideia era cobrar R$ 5 milhões de cada uma das empreiteiras envolvidas.

As investigações apontaram o acerto com quatro empreiteiras: UTC, OAS, Toyo Setal e Odebrecht. Argello pediu propina também às empresas Andrade Gutierrez, Engevix e Camargo Côrrea, que não aceitaram o pedido.

A denúncia envolve Gim Argello e seu filho Jorge Afonso Argello Junior; Paulo Cesar Roxo Ramos, Valério Neves Campos e José Adelmário Pinheiro Filho (Léo Pinheiro); Roberto Zardi Ferreira, Dilson Cerqueira de Paiva Filho e Ricardo Ribeiro Pessoa; Walmir Pinheiro Santana, Marcelo Bahia Odebrecht e Claudio Melo Filho.

Diário do Grande ABC

O dono do jornal Diário do Grande ABC, Ronan Maria Pinto, responderá por lavagem de dinheiro. A denúncia envolve R$ 6 milhões, provenientes de um empréstimo fraudulento no Banco Schahin.

O valor representa a metade do total de R$ 12 milhões repassados pela instituição financeira a José Carlos Bumlai, que seria o interlocutor do Partido dos Trabalhadores (PT), em outubro de 2004.

O empréstimo foi alvo de acusação feita pelo MPF em dezembro do ano passado. A denúncia apresentada agora é um desdobramento dos fatos apurados naquela época.

De acordo com as investigações, foi constatado que os R$ 6 milhões foram destinados a Ronan Maria Pinto. Para entregar o dinheiro, foi estruturado um esquema criminoso que, entre os meses de outubro e novembro de 2004, contou com a participação de pessoas ligadas ao PT e terceiros envolvidos na operação de lavagem do dinheiro.

Além de Ronan Maria Pinto, estão na segunda denúncia Sandro Tordin, Marcos Valério Fernandes de Souza e Enivaldo Quadrado; Luiz Carlos Casante, Breno Altman e Natalino Bertin; Oswaldo Rodrigues Vieira Filho e Delúbio Soares de Castro.

Com Agência Brasil