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Cunha articula renúncia de Presidência da Câmara para preservar mandato

Deputado enfrenta processo de cassação no Conselho de Ética da Casa

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Afastado da Presidência da Câmara e do mandato de deputado federal pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (5), Eduardo Cunha (PMDB-RJ) já começou a negociar com partidos aliados na Casa uma solução para se salvar no Conselho de Ética, onde enfrenta um processo de cassação por quebra de decoro parlamentar. A informação é da coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo.

A decisão do Supremo tende a pressionar o Conselho de Ética para votar pela admissibilidade da cassação. Por isso, a estratégia de Cunha vem sendo costurada para quando o parecer da comissão chegar ao Plenário, que é de onde, de fato, sai a decisão definitiva sobre a cassação do mandato.

A proposta de renúncia interessa ao PMDB e aos aliados de Cunha que ficaram órfãos com a sua saída do comando da Casa, já que ela precipitaria uma nova eleição para a Presidência da Câmara. Tanto peemedebistas quanto aliados de Cunha são receosos sobre a gestão de Waldir Maranhão (PR-MA), que já foi visto como aliado, mas que votou contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff no dia 17 de abril.

Nesta quinta-feira (5), logo após o o Plenário do Supremo referendar a liminar do ministro Teori Zavascki, Eduardo Cunha concedeu entrevista coletiva e garantiu que não renunciará nem ao mandato nem à Presidência da Câmara. Disse, ainda, que irá recorrer da decisão. Mas o fato inédito ainda não deixa claro em que instância Eduardo Cunha poderia recorrer. Se no próprio STF, então a avaliação unânime é a de que os ministros dificilmente derrubariam uma decisão tomada por eles próprios. Com isso, a solução de Cunha estaria na própria Câmara, com a renúncia ao comando da Casa.

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