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Senadores discutem hoje relatório pela admissibilidade do impeachment

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A Comissão Especial do Impeachment no Senado se reúne nesta quinta-feira (5), a partir das 10h, para discutir o relatório do senador Antônio Anastasia (PSDB-MG), apresentado ontem.

A defesa da presidenta Dilma Rousseff deve começar os trabalhos, fazendo suas considerações finais sobre a admissibilidade do processo. O advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, terá uma hora para fazer a última defesa de Dilma antes da votação que pode determinar o afastamento dela por até 180 dias.

Em seguida, o presidente da comissão deverá abrir a lista de inscritos para discutir o parecer de Anastasia. Senadores governistas já informaram que vão questionar o fato de Anastasia ter considerado em seu relatório práticas contábeis realizadas pela presidenta em 2013 e 2014, anteriores ao atual mandato.

Os petistas estudam apresentar um voto em separado contra a admissibilidade do processo, ou até acionar o Supremo Tribunal Federal questionando o relatório de Anastasia. O tema deve gerar polêmica com os oposicionistas, que comemoraram ontem o parecer, considerado técnico.

A discussão deve se estender ao longo de todo o dia. Amanhã, somente os líderes partidários poderão falar para encaminhar a votação, não está prevista nova discussão do texto do relator. O encontro para a votação deverá ocorrer na sala da Comissão de Constituição e Justiça, onde há painel eletrônico.

Parecer de relator na comissão pede abertura de processo de impeachment

Em sessão de pouco mais de três horas, nesta quarta-feira (4), o relator da Comissão Especial do Impeachment, senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), recomendou a abertura de processo de impedimento de mandato da presidente Dilma Rousseff. Sem surpresas e rejeitando as argumentações da defesa e de senadores aliados de Dilma no colegiado, Anastasia defendeu, em documento de 126 páginas, a continuidade do processo no Senado.

Anastasia decidiu ainda não ampliar o espectro da investigação contra Dilma com informações da Operação Lava Jato. Na conclusão do parecer ele concentrou o voto nos temas já analisados pela Câmara dos Deputados.

Nesta quinta-feira (5), a comissão debate o relatório e ouve, também, o ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), ministro José Eduardo Cardozo.

>> Veja a íntegra do parecer do relator Anastasia sobre impeachment de Dilma

>> Começa tumultuada reunião da comissão do impeachment

Um pouco antes, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) deu continuidade às críticas que tem sido feitas a Antonio Anastasia. O petista afirmou que é "cinismo" o tucano apresentar parecer sobre "pedaladas fiscais" da presidente Dilma Rousseff diante do fato de o próprio ter cometido as chamadas pedaladas quando foi governador de Minas Gerais.

Diante do bate-boca entre os senadores, o presidente da comissão especial, Raimundo Lira (PMDB-PB), chegou a suspender a sessão por dois minutos. No retorno, Lira afirmou que não haveria hipóteses de suspensão de Anastasia do posto de relator. 

A nomeação do tucano chegou a ser contestada também pela Advocacia-Geral da União (AGU), sob o argumento de que o jurista Miguel Reale Junior, que vem a ser um dos autores do pedido de impeachment aceito pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), é filiado ao PSDB, mesmo partido de Anastasia.

Com Agência Brasil