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Após afastamento, Eduardo Cunha diz que não renunciará

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Afastado temporariamente do mandato e da Presidência da Câmara dos Deputados por decisão liminar do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), Eduardo Cunha disse na tarde desta quinta-feira (5) que não há chance de ele renunciar.

A informação foi transmitida pela assessoria de Cunha. Também segundo a assessoria, ele dará entrevista coletiva nesta quinta-feira depois da sessão do STF em que o plenário da Corte vai decidir se mantém ou não a liminar de Zavascki.

O ministro do STF afastou Eduardo Cunha do mandato de deputado e da presidência da Câmara, acatando pedido feito pela Procuradoria-Geral da República, que diz que Cunha usa o cargo para "constranger, intimidar parlamentares, réus, colaboradores, advogados e agentes públicos com o objetivo de embaraçar e retardar investigações". Em seu pedido, o procurador-geral Rodrigo Janot se referiu ao parlamentar como "delinquente".

Cunha será substituído pelo 1º vice-presidente da Câmara, deputado Waldir Maranhão (PP-MA), que também está nos inquéritos autorizados pelo Supremo Tribunal Federal para investigar políticos na Operação Lava Jato. Aliado de Cunha, Maranhão limitou a investigação no Conselho de Ética sobre o então presidente da Casa. Com isso, o peemedebista não poderá ser investigado sobre as acusações de que teria recebido propina, conforme relato de delatores da operação Lava Jato.

Delação

O senador Jorge Viana (PT-AC) afirmou nesta quinta-feira (5) que a decisão do STF de suspender o mandato de Cunha colocaria o deputado mais próximo de uma possível delação premiada. Para o petista, Cunha delator "enterraria" um eventual governo de Michel Temer. A declaração foi dada em sessão na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.

"Se Eduardo Cunha decidir ser delator, ele será o maior delator e vai enterrar a nova República, o governo Temer", afirmou Viana na CCJ.

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