ASSINE
search button

Não cabe a mim por demagogia atacar Eduardo Cunha, diz Michel Temer

Em entrevista, vice falou sobre intenção de cortar ministérios e mudanças na Petrobras

Compartilhar

O vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP) não quer entrar no debate sobre a necessidade de afastamento ou cassação do correligionário presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), réu no STF por envolvimento com o "petrolão", que determinou a abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. "Nem para ajudar nem para atrapalhar", garante Temer. Para o vice, Cunha é assunto do judiciário e do Conselho de Ética. "Não cabe a mim, por demagogia, atacá-lo."

Em entrevista ao jornal O Globo, Temer também comentou sobre sua intenção de fundir ministérios. O peemedebista queria juntar o Ministério da Cultura com o Ministério da Educação; o Desenvolvimento Agrário com o da Agricultura; e o Ministério da Justiça com o Ministério das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos. Enfrentou resistência, contudo, e agora diz que deve cortar, no máximo, "uns três". 

>> Temer: "As tarefas difíceis eu entrego à fé do Eduardo Cunha"

>> Nobel da Paz diz que impeachment de Dilma é golpe de estado

>> Fotógrafo brasileiro ganha Pulitzer em Nova York e critica "golpe"

Para o Ministério da Cultura, Temer convidou e o deputado Roberto Freire (PPS-SP) já aceitou. “O Freire é um nome conhecido", acredita o vice-presidente.

Sobre a Petrobras e o Banco do Brasil, Temer pretende desde já trocar o comando por nomes provados no mercado e reconhecidos por todos, que não seriam indicado por partidos. Ele já tem dois nomes em mente para a estatal de petróleo, e o escolhido seria revelado dentro de um mês ou mais. "Não é preciso rupturas", assegurou. Quanto ao Banco Central, o vice já diz ter certeza de que o sucessor seria Henrique Meirelles. 

Temer lamentou ter sido chamado de "golpista" pela presidente Dilma Rousseff. "Ela diz que eu sou golpista. Mas falar antes da hora seria desrespeitar o Senado."

O peemedebista destacou ainda que a base aliada do seu governo seria bem maior, com apoio de todos os partidos, com exceção do PT, PCdoB, Psol e Rede. “É impossível agradar a todos”, ponderou.

Romeró Jucá e Lava Jato

Temer declarou que não tem problemas em escolher ministros investigados ou apontados pela Operação Jato. Na entrevista ao jornal carioca, ele elogiou o senador Romero Jucá (PMDB-RR), cotado para o Ministério do Planejamento e alvo de inquéritos na Lava-Jato e também na Operação Zelotes. "O Jucá entende muito de economia e de orçamento, é um excelente quadro. Se eu for esperar ele ser inocentado, o governo termina."