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Bancada do PT repudia pedido para investigar Lula feito por Janot ao STF

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A bancada do PT na Câmara condenou nesta quarta-feira (4), em nota oficial, a decisão do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de encaminhar pedido para que o Supremo Tribunal Federal (STF) investigue o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em função da delação premiada do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS), ex-líder do governo no Senado.

“A bancada do PT na Câmara  manifesta seu repúdio à iniciativa do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de encaminhar ao Supremo Tribunal Federal pedido para investigar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Sua iniciativa baseia-se em delação premiada do senador Delcídio do Amaral [sem partido] sem nenhuma apresentação de prova que a sustente”, diz trecho da nota assinada pelo líder do partido, deputado Afonso Florence (BA).

Segundo a nota, a atitude do procurador, com base em “meras declarações” de um delator, “visa atingir a incontestável liderança política do ex-presidente Lula, principal opositor aos articuladores do golpe institucional em curso”. Os petistas dizem que o ex-presidente sempre se colocou à disposição das autoridades para esclarecer a verdade. “[Lula] não teme investigações e a ele nos solidarizamos.  Lamentavelmente, tudo indica que atos que deviam ser isentos, no âmbito do Ministério Público e do Judiciário, continuam contaminados por decisões que têm o único fim de alimentar disputas políticas”.

Seletividade

A bancada petista diz que a atitude de Rodrigo Janot é frágil juridicamente e o “denuncia como demonstração de inaceitável seletividade em sua conduta, tendo em vista que estamos às vésperas da apreciação, pelo Senado, do pedido de abertura de processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff”.

Ainda na nota, os petistas dizem que estranham a atitude de Janot que não pediu investigação do vice-presidente Michel Temer, também citado na delação de Amaral. Os petistas também acusam o procurador de só agora pedir ao Supremo, autorização para investigar o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que já foi citado como estando envolvido em possíveis atos de corrupção.

“É de se estranhar também a conduta do procurador-geral em relação ao vice-presidente da República, Michel Temer, citado na mesma delação que embasa a iniciativa contra o ex-presidente Lula. Também causa perplexidade o fato de que, apesar de diversas citações envolvendo a participação do senador Aécio Neves [PSDB-MG] em possíveis atos de corrupção, somente agora  o procurador-geral pediu ao Supremo autorização para efetivamente investigá-lo”, diz outra parte do documento.