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Atleta indígena participará do revezamento da Tocha Olímpica em Brasília

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O indígena Kamukaiká Lappa, do Xingu, é um dos escolhidos para carregar a Tocha Olímpica amanhã (3) em Brasília. O atleta, da etnia Yawalapíti, dará uma “volta olímpica” no Memorial dos Povos Indígenas, na região central da capital.

“Estou muito ansioso porque a hora está chegando. Amanhã será a hora de representar todos os indígenas do Brasil. Jogos Olímpicos são democracia, ajudam a promover e celebrar a paz”, disse Kamukaiká hoje (2), após ensaio do trajeto de amanhã. Depois da entrada da tocha no memorial, haverá uma apresentação de indígenas do Xingu.

“Nossa participação nesse revezamento é importante para lembrar o respeito à natureza e à diversidade cultural. É o que a gente precisa no mundo indígena. Agora que eu vou conduzir a tocha para eles, espero que eles acreditem em nós”, disse Kamukaiká.

Após entrada da Tocha Olímpica no Memorial dos Povos Indígenas, tribos do Xingu farão apresentação de dança  Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Os indígenas esperam que os Jogos Olímpicos do Rio 2016, além de uma celebração esportiva, tragam mensagens de paz e de respeito à cultura dos índios brasileiros. “Que a expressão desses povos indígenas venha trazer a cultura da paz. E que os nossos direitos sejam garantidos e respeitados constitucionalmente”, disse o líder Toya Manchineri, do Acre.

Segundo Toya, as organizações ligadas à luta pelos direitos dos indígenas farão manifestações durante a Rio 2016 para chamar atenção para questões como o sucateamento da Fundação Nacional do Índio (Funai) e os riscos de retrocesso com a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215/00, que altera as regras para a demarcação de terras indígenas, remanescentes de quilombos e reservas.

PEC tem avançado no Congresso e preocupa as lideranças. “Cada momento que a gente puder chamar a atenção da imprensa internacional para a PEC 215, nós vamos fazer. E temos também que fortalecer a Funai, o que para a gente é algo muito importante”.