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'El País': A saída pela esquerda de Dilma

Presidente prioriza movimentos sociais importantes para a base de uma eventual oposição

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Em matéria publicada nesta sexta-feira (29) no jornal espanhol El País, a jornalista Marina Grossi, conta que em contagem regressiva para ser afastada temporariamente da presidência, Dilma Rousseff saiu em busca de retomar relações com movimentos sociais que marcaram a trajetória do PT. 

Segundo a reportagem, para reconfigurar seu tabuleiro de aliados, que poderão ser cruciais para a formação de uma oposição a um eventual Governo Temer, Dilma deu acenos importantes a movimentos ligados à defesa dos povos indígenas e da reforma agrária.

El País analisa que no início de abril, a presidenta recebeu lideranças do Movimento dos Sem Terra (MST) no Palácio do Planalto para a assinatura de decretos que desapropriam terras para a reforma agrária e regularização de quilombos. Ao todo, foram assinados 25 decretos referentes à desapropriação de terras em 12 Estados. E outros quatro decretos se referiram à regularização de quatro comunidades quilombolas em quatro Estados. No mesmo evento, o Governo também lançou o edital do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir), para disponibilizar 4 milhões de reais a projetos de promoção da igualdade racial.

No texto, o diário lembra que  Dilma também mandou acelerar processos de reconhecimento e homologação de terras indígenas. O gesto chama a atenção em um Governo que pouco olhou para a questão indígena. Se, por um lado, o estoque de terras a ser reconhecidas diminui com o passar dos anos, é também verdade que o Governo Dilma Rousseff caminhou a passos muito lentos nesse quesito, batendo recordes negativos nos números de terras reconhecidas: 13 terras desde seu primeiro mandato (2011), contra 84 nos dois mandatos de Lula e 141 nos oito anos de Fernando Henrique Cardoso.