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CNI é contra extinção de Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

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Confederação Nacional da Indústria (CNI) manifestou contrariedade diante das especulações de que o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) poderia ser extinta em eventual governo de Michel Temer.

Para o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Abijaodi, todas as grandes economias do mundo dão status prioritário ao comércio exterior em um ministério específico para o tema. “Qualquer iniciativa contrária será um passo atrás no modelo mundial de organização ministerial”, diz Abijaodi.

"Os países com maior penetração no mercado internacional criaram um ministério próprio para tratar do comércio exterior, desvinculando-o da diplomacia, que é assunto do Itamaraty. Essa estratégia também foi seguida por todos os membros do BRICS e o México, segunda maior economia latino-americana, atrás do Brasil. O objetivo principal é garantir que o ministério trabalhe para defender os interesses econômicos de suas empresas. Ao manter o comércio exterior totalmente vinculado à diplomacia, interesses comerciais ficarão submetidos aos interesses políticos.

O ministro à frente do comércio exterior deve dedicar integralmente seu tempo a agenda de negociações comerciais, promoção comercial, facilitação de comércio, financiamento e garantia às exportações, e tributação do comércio exterior. O Itamaraty, por sua vez, é responsável por assuntos relacionados a paz e a segurança internacional, políticas bilaterais e multilaterais, cooperação internacional em meio ambiente e direitos humanos. Para isso, cada órgão tem uma carreira técnica especializada.

O Brasil é a sétima economia mundial, mas apenas o 25ª exportador entre os 161 membros da Organização Mundial do Comércio (OMC). Com a eventual desagregação, o fraco desempenho do país pode se agravar, justamente no momento de redução da demanda interna e em que é necessário avançar rapidamente no comércio exterior e na conquista de novos mercados.

"A CNI acredita que o fortalecimento do MDIC e do Itamaraty traga uma atuação de forma complementar visando ao desenvolvimento do país, mas de forma independente, igual é feito em todas as modernas economias do mundo”, diz Abijaodi.