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Apuração internacional descobre contas secretas da Odebrecht

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Investigação internacional indica que a Odebrecht criou as empresas Davos Holdings, Crystal Research Services e Salmet Trad Corp para esconder dinheiro ilícito. As companhias operam contas secretas da empreiteira que ainda eram desconhecidas pelos investigadores da Operação Lava Jato.

A descoberta foi possível devido a uma apuração internacional que teve início quando o jornal alemão 'Süddeutsche Zeitung' teve acesso aos documentos do escritório Mossack Fonseca, do Panamá. A publicação da Alemanha compartilhou os documentos com outros veículos de 76 países que integram o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos. A empresa panamenha teria criado as companhias para a empreiteira brasileira. 

No Brasil, a apuração foi conduzida pelo Uol, pelo Estadão e pela RedeTV!. As séries de reportagens, batizadas de 'Panama Papers', apontam que o escritório panamenho criou empresas para 57 investigados no esquema de corrupção da Petrobras. Ao todo, foram viabilizadas a criação de 107 empresas offshores.

Entre os investigados está o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), conforme indica a documentação. O peemedebista controlaria a offshore Penbur Holdings, usada para receber suborno no exterior, de acordo com o delator Ricardo Pernambuco, da Carioca Engenharia.

Segundo o empresário, a Penbur recebeu U$ 702,3 mil de suborno pagos ao presidente da Câmara, que nega ter recebido o montante. 

Além da Odebrecht, outra empresa investigada pela Lava Jato, que também é citada no 'Panama Papers' é a Queiroz Galvão. O escritório Mossack Fonseca abriu duas offshores para a companhia em junho de 2014.

Por meio de nota, a Mossack Fonseca afirmou que não tem responsabilidade na gerência das empresas, apenas na abertura. O escritório também disse que em 40 anos de operação, nunca foi acusado de qualquer crime.

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