Um dos diretórios mais importantes do PMDB e o que mais deu sustento ao governo da presidente Dilma Rousseff, via o governador Luiz Fernando Pezão, o prefeito Eduardo Paes e o líder da Câmara Leonardo Picciani, a base fluminense do partido é uma das que deve romper com o Palácio do Planalto na próxima terça-feira (29), na reunião do Diretório Nacional da sigla.
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo deste sábado (26), o presidente regional do PMDB, deputado Jorge Picciani, contabilizou que pelo menos nove dos 12 delegados do diretório estadual já decidiram votar pela saída do partido do governo.
"Não há unanimidade, mas a grande maioria entende que o processo social avançou e que é hora de sair do governo", disse Jorge Picciani, pai do deputado Leonardo Picciani, que esteve à frente do PMDB da Câmara na reforma ministerial do Planalto em outubro do ano passado e foi responsável pela indicação do deputado Marcelo Castro para o Ministério da Saúde, a pasta com maior orçamento do governo federal.
O presidente regional da sigla justifica os próximos passos do PMDB, afirmando que o regime presidencialista requer a possibilidade "de sair de dissensos para consensos mínimos e, infelizmente, ela (Dilma) não conseguiu construir essa possibilidade", diz Jorge Picciani.
Na semana passada, vice-presidente da República e presidente nacional do PMDB, Michel Temer, cancelou a viagem que faria para um evento com líderes da oposição, como os senadores tucanos Aécio Neves e José Serra, e com o ministro Gilmar Mendes, do STF, a pedido de seu partido, a fim de que participe da reunião desta terça-feira.