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Governo de Santa Catarina nega surto de dengue no estado

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O aumento do número de casos confirmados de dengue este ano em Santa Catarina, que saltou de 15 para 155 em uma semana, não significa que a doença se alastrou na mesma proporção nesse período, de acordo com a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) do estado.

O órgão diz que as 140 novas confirmações, divulgadas no boletim do dia 10 de fevereiro, tratam-se de casos que já estavam sob investigação desde janeiro. O boletim da semana anterior (2 de fevereiro), já havia mencionado que, naquele momento, existiam 828 casos suspeitos de dengue no estado. Alguns veículos de comunicação noticiaram, no entanto, que um surto da doença estaria atingindo Santa Catarina.

O coordenador do Programa de Controle da Dengue no Estado, João Fuck, disse que os kits para diagnóstico de pacientes com suspeita de dengue estavam em falta no Laboratório Central de Saúde Púlica (Lacen), por falta de repasse do Ministério da Saúde. O material foi adquirido pelo governo catarinense apenas no começo de fevereiro. “Com a chegada dos kits, os exames que estavam represados foram realizados naquela semana, e isso causou o aumento significativo do número de casos confirmados da doença”, explicou.

Combate ao mosquito

Mesmo sem surto, os 1.260 casos suspeitos de dengue em Santa Catarina nas cinco primeiras semanas de 2016 superam os 870 que foram registrados no mesmo período do ano passado.

Diante do aumento, o pesquisador da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e especialista em Biologia Parasitária pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Carlos Pinto diz que os esforços devem se concentrar no combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença.

“Em toda a história da humanidade, onde esse mosquito está, a dengue se faz presente. O risco agora é ainda maior, já que ele também é vetor da chikungunya e do vírus Zika”.

O último boletim da Diretoria de Vigilância Epidemiológica catarinense apontou que 28 municípios do estado estão infestados pelo

. Em todos eles, foram criadas salas de situação para coordenar o combate ao vetor.

Pinto acredita que as mudanças climáticas estejam favorecendo a adaptação do inseto no Sul do país. “Antes, o inverno era rigoroso e eliminava boa parte dos mosquitos. Agora, vários períodos quentes são registrados nessa estação do ano e isso facilita a proliferação do Aedes.”