O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, revelou, em entrevista ao portal "Congresso em Foco", como pretende agir para barrar o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.
Responsável por representar o governo nas relações políticas com deputados e senadores, monitorando projetos de interesse do Planalto a serem votados pelo Congresso, Berzoini crava que "o melhor combate ao impeachment é governar bem".
Ele detalha na entrevista que "governar bem" significa dar prosseguimento à agenda do governo, isto é, executar a terceira etapa do programa Minha Casa, Minha Vida, garantir os investimentos em logística sem atrasos e melhorar a qualidade do crédito nos bancos públicos, entre outras projetos.
Para Berzoini, não é suficiente apenas convencer o Legislativo que Dilma não cometeu crime de responsabilidade. Sua ideia é superar a crise política a partir de uma ampliação da base de apoio parlamentar à presidente no Congresso e garantir os votos de deputados para barrar o processo contra Dilma.
“Para barrar o impeachment, o governo precisa de um terço dos votos dos deputados. Mas, além disso, necessitamos manter e até ampliar a base de apoio no Congresso até o final do mandato, em 2018”, ressalta Berzoini, ex-deputado federal e ministro do Trabalho e Previdência no governo Lula.
O pedido de impeachment, no entanto, não se apresenta como o único problema a ser enfrentado pelo governo após o Carnaval. A agenda no Congresso é complicada. Existem 16 medidas provisórias em tramitação e, pelas regras do Legislativo, algumas já estão no limite do prazo para a apreciação, trancando as votações de outros temas.
Dilma terá que mandar ao Congresso o seu pacote de medidas anunciado no discurso de abertura dos trabalhos legislativos: recriar a CPMF, que vigoraria até 2019, estender aos estados e municípios os efeitos da Desvinculação das Receitas da União (DRU), a lei que permite o remanejamento de verbas do orçamento entre setores dos governos, e a polêmica reforma da Previdência que não goza de unanimidade nem mesmo entre os deputados do próprio PT.
“A CPMF vai assegurar recursos para a travessia da crise e evitar cortes nos investimentos, mas precisamos garantir um equilíbrio fiscal com a reforma da Previdência que só terá efeitos depois do mandato da presidente Dilma”, finaliza o ministro.