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Brasil oferece a Mercosul treinamento contra zika

O treinamento se consiste em testes para detectar vírus

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O ministro da Saúde, Marcelo Castro, ofereceu aos países do Mercosul treinamento para a realização laboratorial de testes para detecção do vírus zika, que tem sido relacionado ao surto de microcefalia fetal no Brasil. O apoio foi oferecido nesta quarta-feira (3), em Montevidéu, no Uruguai, durante reunião extraordinária entre os representantes de saúde dos países do Mercosul. De acordo com o ministro, a capacitação será feita pelos institutos nacionais do Brasil por meio do exame PCR (Polymerase Chain Reaction). O objetivo é reforçar a capacidade de vigilância epidemiológica da região, acompanhando o comportamento do vírus. No mês de janeiro, técnicos do Paraguai, Peru, Uruguai e Equador receberam treinamento do Instituto Evandro Chagas (IEC).    

"Temos o desafio de reforçar o sistema de vigilância na região. Para isso, o Brasil quer compartilhar a sua experiência e receber equipes interessadas neste conhecimento. Estamos construindo uma resposta integrada da região contra o vírus zika", afirmou Castro. O treinamento será feito em grupos de técnicos da região, que também devem trocar experiências locais. No Brasil, os testes estão sendo distribuídos nesta semana para os 24 laboratórios estaduais treinados para a realização dos exames. Assim, em todas as regiões do país será possível realizar a testagem.    

Durante seu discurso na reunião do Mercosul, Castro reforçou a necessidade da coordenação de esforços para avançar sobre os desafios do combate ao mosquito Aedes aegypti, que transmite o vírus zika. O governo brasileiro receberá no próximo dia 11 representantes do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças), que acompanharão a criação de protocolos para a identificação do vírus e dos casos de microcefalia. Já no dia 20, serão reunidos especialistas brasileiros e americanos para discutir a pesquisa de uma vacina.    

A presidente Dilma Rousseff defendeu recentemente que a única forma de cooperar é "difundirmos entre nós as melhores práticas e tecnologias de combate ao vírus". A mandatária ainda destacou que vários países da região já têm experiência no combate à dengue, que é transmitida de forma similar, tendo o mosquito Aedes aegypti como principal transmissor. Na reunião em Montevidéu, os países do Mercosul também assinaram uma declaração de apoio recíproco para o enfrentamento ao Aedes aegypti, responsável também pela transmissão da dengue e da febre chikungunya.    

Dados da Organização Pan-americana de Saúde apontam que ao menos 23 países já foram atingidos. Entre os mais afetados estão Brasil e Colômbia. A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que até quatro milhões de pessoas podem ser infectadas pelo zika na América.    

Microcefalia - No final do ano passado, o Ministério da Saúde do Brasil estabeleceu a relação entre o aumento da microcefalia no Nordeste do país e a infecção por zika. De acordo com a análise preliminar, o risco de aparição de microcefalia e malformações estaria associado com a infecção no primeiro trimestre da gravidez. O último boletim do Ministério já confirmou 404 casos de microcefalia, sendo que 3.670 estão sendo investigados.