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Divisão do PMDB coloca em dúvida mandato de Cunha na Câmara

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O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), vem admitindo aos mais próximos sua preocupação com a sucessão na liderança da bancada de deputados do PMDB. A eleição ocorrerá no retorno do recesso parlamentar, no início de fevereiro, e até o momento são fortes as chances de Leonardo Picciani (RJ) se reeleger por mais um ano.

Cunha e o vice-presidente da República e presidente nacional do PMDB, Michel Temer, estão receosos com o placar que reconduziu Picciani à liderança, em dezembro, depois da ação dos dois para destituir o deputado do posto. Depois de ficar apenas uma semana fora do comando da bancada, o deputado fluminense impôs uma derrota perigosa a Cunha e Temer, ao obter o apoio de 36 dos 69 parlamentares peemedebistas.

A apreensão com os rumos do PMDB da Câmara tem relação com o fato de que a decisão, seja ela qual for, dará os rumos do partido e pode selar o destino de Eduardo Cunha. Aliados do presidente da Câmara acreditam que Leonardo Picciani, como líder da bancada, pode costurar, nos bastidores, a queda de Cunha, influenciando a votação da cassação de mandato, caso o processo saia do Conselho de Ética.

Outra derrota tem relação com o jogo de forças entre o PMDB de Cunha e Temer e o Planalto. Picciani se aproximou da presidente Dilma Rousseff na época da reforma administrativa e ministerial, ao indicar ministros para duas pastas, dentre elas a da Saúde, e o afastamento de Temer do Executivo ficou patente com a divulgação da carta em que se queixava à presidente.

No âmbito macro, a vitória de Picciani no mês que vem poderá isolar ainda mais Michel Temer na presidência do partido. Há diversas alas insatisfeitas com a liderança de Temer - as que acham que o vice-presidente já ficou tempo suficiente no posto e as que querem impor uma nova direção ao partido. Caciques como o presidente do Senado, Renan Calheiros, e o deputado Jarbas Vasconcelos (PE) são alguns dos nomes por trás de Leonardo Picciani.