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Taxistas a motorista do Uber: "vai morrer para dar exemplo"

Suspeitos foram presos e já tinham passagens pela polícia

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Um condutor do Uber viveu uma história de terror nesta quinta-feira em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Chamado pelo aplicativo de caronas pagas para realizar uma corrida, foi obrigado a dirigir por cerca de uma hora pelas ruas da cidade sob a ameaça de morte. Ao final, obrigado a conduzir o veículo até um estacionamento pertencente a uma rede de hipermercados, foi agredido por um grupo de dez taxistas e teve o carro destruído. Todos os atos de violência foram praticados pela inconformidade da categoria com a presença do serviço na cidade.

O relato é do próprio motorista, Pablo Pelegrini Escobar, 41 anos. Ele relatou que estava desempregado há três anos e viu no Uber uma possibilidade de voltar a ter renda. Escobar foi atingido com socos e pontapés por pelo menos dez minutos, e os agressores apenas pararam quando populares começaram a filmar a ação. Segundo ele, uma frase era constatante, durante o trajeto sob coação e durante a agressão física: “vai morrer para dar o exemplo”. O condutor precisou passar por atendimento médico antes de voltar para casa.

A polícia agiu rápido. Dois taxistas foram presos em flagrante poucos minutos depois do crime. Cauê Cavalheiro Varella e Alexsandro dos Santos Scheffer já possuíam antecedentes criminais, e a empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) já garantiu que as licenças foram cassadas provisoriamente e, após a conclusão do inquérito, podem ser retiradas de forma definitiva.

Tanto a EPTC quanto o prefeito José Fortunati repudiaram a ação dos agressores, condenando qualquer ação semelhante. Um terceiro taxista, que publicou na rede social Facebook uma mensagem instigando uma “caçada” aos motoristas do Uber também já está tendo a permissão analisada.

Nas redes sociais um evento chamado “Boicote ao táxi em Porto Alegre contra a violência” já contava com 43 mil confirmações e 34 mil interessados às 18h30 de hoje. Escobar garantiu que todas as despesas geradas pela agressão serão pagas pelo Uber, que está dando suporte ao caso. Ainda nesta semana a Câmara de Vereadores da cidade aprovou em tempo recorde o projeto de lei que proíbe o uso de serviços como o Uber pelo menos até 2017 na cidade.